Planilha com os árbitros listados para sorteio dos jogos da Série A do Brasileiro (Foto: Reprodução SporTV)

O critério de escolha dos árbitros para o Campeonato Brasileiro mudou neste ano. Anteriormente, o sorteio ocorria entre dois nomes. Agora, o número subiu para dez. A mudança feita pela CBF desagradou ao comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho. Na opinião do árbitro da final da Copa do Mundo de 82, a modificação reduz a possibilidade de que os profissionais mais preparados atuem nos jogos mais importantes.

- Muito me preocupa o atual critério de escolha de árbitros. Anteriormente os dois melhores ficavam para o jogo principal. Agora, são dez para cada jogo (...) Parece um bingo. É uma confusão. O juiz bom que não tenha sorte, fica sem apitar - disse Arnaldo, citando o caso de Anderson Daronco.

- Ele foi o melhor árbitro do ano passado, eleito pela imprensa. Mas o Daronco nas últimas cinco rodadas, apitou em uma só. Porque não teve sorte no bingo.

Arnaldo Cezar Coelho destacou o caso da partida entre Internacional x Santos, no último dia 8, quando a diretoria do clube paulista reclamou da atuação de Rodrigo Batista Raposo, que expulsou Lucas Lima ainda no primeiro tempo, com a alegação de que o jogador estava fazendo cera.

- Aí surge um juiz novo no jogo do Santos. Ele é menos culpado pela confusão. Ele não estava preparado para a partida. Mas deu sorte no bingo.

Segundo Arnaldo, a modificação no critério de sorteio surgiu a partir de uma sugestão do presidente do Internacional, Vitório Piffero. O comentarista disse que ideias são sempre bem-vindas, mas pediu que o comando da CBF dê mais autonomia para a comissão de arbitragem.

- O presidente da CBF, se escutar presidente do clube, que não interfira na comissão da arbitragem. Deixa ela fazer um sorteio o mais simples possível para que exista menor chance de erro. Erros vão acontecer.

Outro problema que vem afetando a qualidade da arbitragem no Brasileirão, segundo o comentarista, é a falta de manutenção dos aparelhos de comunicação usados pelos árbitros durante os jogos.

- Há uma insegurança total e isso passa para os árbitros. Eles estão reclamando que esses equipamento eletrônicos (de comunicação) não estão funcionando. Porque compraram equipamentos, mas as federações não fazem manutenção.

O zagueiro Victor Hugo, titular do Palmeiras, confirmou que esse problema vem acontecendo. E citou a partida contra o Grêmio, no último domingo, em Porto Alegre.

- Teve um lance que eu fui reclamar com o árbitro. Ele respondeu que não viu, que estava em uma posição que a visão ficou encoberta. Aí eu disse que o auxiliar tinha visto. E ele respondeu: "Mas estou sem rádio".