O bicho vai pegar! Faltando 12 rodadas para o final do Campeonato Brasileiro, já da pra definir quem vai brigar pelo titulo: Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG e Santos.

Fiz uma análise de cada um deles, resumindo seu ponto forte em uma palavra. Acho que também já é possível analisarmos as revelações do Brasileirão. Dá uma olhada aí e fica à vontade para usar a seção de comentários para deixar sua opinião ;)

Intensidade!
O Palmeiras de Cuca é muito forte. O treinador fez uma equipe com muito volume de jogo, que mantém o ritmo durante os 90 minutos e cria várias chances de gol por partida. Isso só é possível porque a diretoria montou um elenco cheio de opções que te permitem atuar próximo do limite sem perder a qualidade. Tem velocidade pelos lados do campo, um meio de campo que ataca e defende com a mesma eficiência e um miolo de zaga (Vitor Hugo e Mina) que é perigosíssimo no jogo aéreo. Perdeu Prass, um dos grandes lideres do grupo e ídolo da torcida, mas descobriu Jailson, uma grata surpresa e que vem dando conta do recado.

Moisés: destaque do Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)


Essas últimas cinco rodadas eram decisivas: Fluminense, São Paulo, Grêmio, Flamengo e Corinthians. Vida dura, mas, dos 15 pontos em disputa, o time conquistou 11 (aproveitamento impressionante) e não perdeu nenhum jogo, o que permitiu manter a diferença e a ponta da tabela nos confrontos diretos.

O desafio da comissão técnica a partir de agora é frear o entusiasmo e manter o foco, já que tem muito campeonato pela frente.

Gabriel Jesus é decisivo e merece a Seleção Brasileira, mas eu queria fazer um elogio ao meia Moisés. Chegou sem muito oba-oba e hoje é fundamental para a equipe. Torcedor, como disse lá no começo do Brasileirão... o Palmeiras chegou!

Consistência!
Começou quietinho, com desconfianças pelo baixo rendimento no Campeonato Carioca, mas deu o salto depois da chegada do treinador Zé Ricardo. Não tem jeito, o Mengão funciona melhor quando chega sem favoritismo e cresce durante a competição. Pra isso, era fundamental um treinador identificado com o clube e com fome de crescimento. Zé trouxe o equilíbrio que faltava a equipe, organizou o time em campo, ganhou o elenco com seu trabalho, e os resultados apareceram.

Diego: que reforço! (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)


Aqui não posso deixar de fazer um elogio à diretoria. Identificaram as carências (principalmente defensivas) e qualificaram o elenco: chegaram Réver, Rafael Vaz, Donatti, Damião e Diego.

Com mais opções e aumentando a briga interna pela posição (o que não permite que o atleta se acomode), o time passou a ser o melhor visitante do Brasileirão e pode, sim, sonhar com o título.

Destaco William Arão, meio-campista que tem mantido a regularidade e sido decisivo quando vai à frente. Outra coisa que me chamou a atenção nessa semana: a personalidade do técnico de tirar o Diego quando o time ficou com 10 contra o Palmeiras e a reação do jogador quando questionado sobre a substituição. Isso mostra que o clima é ótimo no vestiário e que Diego foi uma grande contratação, tanto pela bola que joga como pelo comportamento que demonstrou.

O ataque!
Me fala qual time desse Brasileirão que tem a qualidade ofensiva de Fred, Robinho e Lucas Pratto. O Galo, mais uma vez, chega forte e só não está melhor colocado porque conviveu o campeonato todo com metade do time no departamento medico. Mesmo assim, manteve-se lá em cima brigando pelas primeiras colocações.

Pratto, Fred e Robinho: que ataque!


O time manteve a estrutura defensiva com Victor, Leonardo Silva e Rafael Carioca, trouxe o habilidoso Cazares para armar as jogadas e lá na frente um monte de atacantes que podem decidir o jogo. Robinho tem feito a diferença!
O desafio é grande pela frente. O time ainda precisa melhorar um pouco a recomposição sem a bola, mas como desconfiar de uma equipe que nos últimos anos conquistou quase tudo (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Libertadores)?!

Se por um lado os lideres não dão brecha, por outro o Atlético terá a vantagem de enfrentar Palmeiras e Flamengo em casa, ao lado do seu torcedor e tirar a diferença no confronto direto.

Talento!
Perdeu jogadores para a Seleção Brasileira (Copa América, Olimpíada e Eliminatórias) e, quando eu achava que poderia acusar o golpe, o Peixe respondeu bem e se manteve no pelotão da frente.

Vitor Bueno chamou a responsabilidade quando Lucas Lima caiu de rendimento (Foto: Marcos Ribolli)


Poucos times no Brasil têm o poder de revelar tantos bons jogadores vindos da base como o Santos. Tem um jeito de jogar que me agrada muito, de toque de bola, movimentação e uma vocação ofensiva histórica, mas um time que quer ser campeão não pode perder tantos pontos para o pessoal que está lá embaixo na tabela como o Santos perdeu pra Figueirense, Coritiba, América-MG e Internacional.

Vanderlei vem fazendo um grande Brasileirão, Renato é o eixo do meio de campo que faz o time rodar, mas a grande revelação pra mim é o garoto Vitor Bueno: finaliza bem com as duas pernas, tem boa movimentação e, quando Lucas Lima caiu de rendimento, ele assumiu a responsabilidade e deu conta do recado.

Ainda vejo uma equipe irregular, que perde quando menos se espera, mas que tem talento de sobra pra sonhar mais alto.

REVELAÇÃO:

Keno, do Santa Cruz, fez dois gols sobre o Santos no Pacaembu (Foto: Marcos Ribolli)


Todo ano procuro um jogador menos badalado, que não esteja tanto na vitrine, mas com potencial pra crescer na carreira. Claro que algumas promessas já viraram realidade, como Gabigol, Gabriel Jesus, Luan e etc...

Mas, nesse Brasileirão, quem tem me chamado a atenção é o atacante Keno, do Santa Cruz. Rápido, driblador, sabe fazer gols e servir o centroavante, já que atua com liberdade pra cair pelas pontas. Pode ser que ganhe uma oportunidade num time com ambições maiores (o Santos está de olho), que dispute títulos nacionais (coisa que o simpático Santinha hoje ainda não consegue) e não corresponda (o futebol está cheio de exemplos assim), mas, pelo que fez até aqui, merece ser elogiado!

Outros jogadores que vêm chamando a atenção: Camilo (caiu como uma luva no Botafogo) e Hernane (se o ano passado foi de Otávio, este parece ser dele no Atlético-PR).
Em relação aos treinadores, tirando aqueles mais conhecidos, Eduardo Batista pela Ponte Preta e Zé Ricardo pelo Flamengo são os meus destaques.