A primeira pergunta foi logo sobre sua fase atual, e a resposta, claro, trouxe à tona a experiência de um cara consagrado no mundo da bola laranja.
- Estou me sentindo bem. A cada ano que passa, fico na expectativa de estar um pouco pior, pois é o que todo mundo diz que acontece quando se fica mais velho (risos). Mas eu acredito que quando você tem a cabeça forte, o corpo responde. É lógico que vai chegar uma hora que não vai ser assim, mas até então, está tudo tranquilo. Devo ao meu biotipo. Sou magro, tive poucas lesões, e isso ajudou a ganhar um lastro físico. Me dediquei à essa parte, e tenho um lado competidor. E estar no Flamengo, que é uma equipe de ponta, ajuda. Costumo conversar isso com esposa e amigos. Se eu não tivesse num lugar que tem essas pretensões e tantos jogadores de alto nível, acho que já teria parado. A cobrança diária pela vitória me motiva demais e empurra. A torcida não quer saber da idade. Botou a camisa e entrou em quadra, será exigido. É assim que tem que ser - disse, no maior alto astral.
Dentro do cenário nacional, Marcelinho é tido como um ícone. E sabe disso. Nunca fugiu de suas responsabilidades e sempre apresentou conduta exemplar e digna de aplausos.
- É um motivo de orgulho. Quando comecei a jogar, com dez anos, eu sonhava muita coisa. E uma delas era ter a representatividade que as referências da época tinham pra mim. Me preocupo bastante em dar bons exemplos, não só para os meus companheiros, que vivenciam o dia a dia comigo, mas, também, para quem me acompanha de longe. Tem crianças que gostam de basquete, e eu tento passar o que o esporte me ensinou, como a força de vontade sendo recompensada. E, que, quando você trabalha em conjunto, tem retorno e o resultado é melhor. Não abro mão de mostrar esses valores que aprendi - afirmou.
Citada por todos os entrevistados (Rodrigo, Olivinha, Fred, Ricardo, Duda e adversários), a liderança faz parte da vida do atleta há tempos e caminha, lado a lado, com o pensamento coletivo.
- Isso é uma coisa natural minha. Tenho esse traço de personalidade desde a época que estava no pré-mirim. É lógico que eu aprendi a ser um líder melhor, mas não é uma posição fácil. Você fica em uma colocação em que as pessoas te olham diferente e querem fazer igual. É característico, porque vivi várias situações de quadra com meu pai e meu irmão. Isso, talvez, tenha me dado uma bagagem. De fato, fui melhorando através de exemplos - comentou.
Falar do que envolve um sentimento gigante, é complicado. Ao escutar o nome do Flamengo, deu para perceber um largo sorriso e a gratidão a cada palavra dita com afeição singular.
- Eu comparo o Flamengo à Seleção. Quando comecei, sempre tive o sonho de atuar, e nunca escondi de ninguém que é o meu clube do coração. Estou aqui há dez anos, e sigo escrevendo meu nome na história. É especial e tem uma contribuição na minha formação como atleta. Eu lembro como se fosse hoje o dia que estava saindo para jogar uma final por uma portaria que não existe mais. O diretor da época chamou todo mundo e disse que o Flamengo não entra para competir e, sim, para ganhar. Esse fato ajudou a traçar a carreira vitoriosa que construí e trago comigo. Eu sempre busco fazer o máximo pelas vitórias. E poder ajudar a manter uma biografia de conquistas é algo que, realmente, vou guardar com carinho eternamente - definiu.
O questionamento trivial surgiu: quais são seus melhores momentos com a camisa do Fla? Nessa hora, uma pausa até a definição: Liga Sul-Americana de 2009 e a convivência com Duda e Ricardo na Gávea.
- Eu poderia ir para o óbvio e falar do Mundial na Arena, mas vou destacar o título Sul-Americano que a gente ganhou na Argentina por algumas razões. Estávamos com quatro meses de salários atrasados e tivemos um espírito vencedor. Foi a primeira conquista internacional da passagem, então, escolho. Se eu fosse escrever a trajetória da forma que achasse melhor, eu escreveria sempre estar ao lado dos meus irmãos. E pude vivenciar isso. Poucos tiveram esse prazer, e foi uma experiência incrível. Acho difícil acontecer de novo (os três juntos), porém, guardamos as memórias. O Duda era meu companheiro de quarto, e temos muitas histórias que ficam para a vida - esmiuçou, com sabedoria.
A torcida o apelidou com ligação ao ídolo supremo. Por trás desse contexto, existem várias conjunturas que requer amplitude e mérito.
- Sempre achei MarceZico exagerado, porque o Zico é um cara que está acima de qualquer coisa, e não tem como comparar. É o nosso ídolo e sempre vai ser. Contudo, entendo o que o torcedor rubro-negro quer. Torcemos pelos craques, mas queremos dedicação, entrega e raça. Eu, quando ia ao Maracanã, era assim também. Eles me veem dessa forma e entenderam que ao vestir essa camisa, vou dar o máximo para vencer. É um reconhecimento fundamental - agradeceu.
No questionamento final, o mesmo foi informado que o espaço era livre e complementou em alto nível.
- Primeiramente, quero agradecer esse carinho que todos estão tendo comigo. Como Olivinha falou, em todo lugar que vou, sinto isso. E preciso dizer que minha maior meta é ganhar o próximo jogo. Já disse que, quando menor, tinha vários sonhos. Hoje, realizei muitos e minha carreira está acabando. Tenho que pensar diariamente e essa determinação me move - arrematou.
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parabéns
isso que chamo de solidariedade valeu diretoria
valeu Mengo má uma vitória é simadele
Marcelinho um ídolo eterno.