Se Diego Alves terminou 2018 em baixa, o mesmo não se pode dizer de seu começo de 2019. Com a mudança de diretoria, sua história no Flamengo sofreu uma reviravolta. Ontem, o camisa 1 expôs seu lado. Sem entrar em detalhes, se disse injustiçado e disparou contra a gestão passada. Mais importante, no entanto, foi o recado do vice de futebol Marcos Braz:



— Este assunto está encerrado no Flamengo.

Ainda que mal explicada publicamente, sua versão foi bem aceita pelos novos dirigentes. Diego Alves ganhou respaldo e, mais importante, força. Sinal claro é que o diretor de futebol Carlos Noval, remanescente da diretoria anterior, não compareceu à entrevista mesmo estando no Ninho do Urubu.

Diego Alves acusa alguém da gestão anterior de ter vazado informações sobre o afastamento de forma distorcida. O objetivo, segundo ele, era manchar sua imagem. O goleiro não cita nomes e nem explica as razões que levaram esta pessoa a cometer tal ato.

— Não tive problema com nenhum companheiro como foi falado. A diretoria passada está envolvida neste ponto. Tentaram desviar o foco do que houve com o Paquetá (negociação com o Milan). Inventaram coisas, denegriram minha imagem e me impediram de treinar — disse o goleiro, que não explicou por que não viajou a Curitiba em outubro: — O que posso dizer é que nunca recusei uma viagem na minha vida.

Empolgado com Abel Braga, a quem ele foi só elogios, diz que aceitará o banco caso o treinador mantenha César como titular. Se os jogadores compraram suas palavras, só o tempo irá dizer:

— O meu contrato não exige que tenho que ser titular. Exige que tenho que ser profissional, o que não me deixaram ser. Conversei com o César abertamente. Com todos. Só expus o que aconteceu. Devia essa satisfação a eles.

Ex-vice quer que atleta diga a quem se refere

À frente do futebol durante a crise envolvendo o goleiro, o ex-vice da pasta Ricardo Lomba se incomodou com o fato de o camisa 1 não ter citado nomes em sua acusação. Intrigado, ele diz que entrou em contato com os representantes do atleta.

— Disseram que não é nada comigo. Só que o Diego Alves jogou na conta da diretoria do Flamengo. E não fala em nomes. Como fiz parte dela, até para poder me defender, seria interessante saber a quem se refere — conta Lomba, que diz estar com a consciência tranquila: — Pelo que ele falou, com toda a segurança eu não me sinto atingido. Mas acho que ele deveria contar para não deixar isso no ar. Inclusive por que ainda há pessoas da direção anterior no clube, como o (Carlos) Noval, o (Bruno) Spindel (CEO do clube)...



Para Lomba, a acusação de que a diretoria usou a crise para desviar o foco da venda de Paquetá é infundada. Ele criticou o goleiro por ter levantado esta suspeita:

— Também não consigo entender onde ele quis chegar com isso. Tudo sobre a venda do Paquetá foi falado e explicado para a imprensa. Um assunto não tem absolutamente nada a ver com o outro. Foi uma bola fora dele ter dito isto.

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