Veja os motivos da troca de sede para final da Libertadores da América

5/11/2019 10:46

Veja os motivos da troca de sede para final da Libertadores da América

Veja  os motivos da troca de sede para final da Libertadores da América
Uma reunião hoje em Assunção, no Paraguai, deve definir nova sede para a final da Libertadores da América, entre Flamengo e River Plate. E, uma nova data: 30 de novembro.



Conmebol esperou o que pode, mas o próprio governo chileno se vê impotente diante dos fatos.



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Uma crise que começou há três semanas, e tomou proporções inimagináveis. O país está convulsionando. Santiago, incendiando.

A bola parou, literalmente. Sem jogar o Campeonato Chileno há três semanas, uma reunião ontem entre a Ministra do Esporte, Cecília Perez, e o Presidente da Federação Chilena, Sebastian Madero, não conseguiu definir o reinício do torneio para o próximo fim de semana. O intendente de Santiago. Felipe Guevara, declarou: "Se não formos capazes de fazer o torneio nacional, seria irresponsável fazer a final da Copa Libertadores".

A Conmebol trabalha com um plano B, e estuda possibilidades inclusive jurídicas desde o dia 23 de outubro, cinco dias após as manifestações começarem. Nunca escondendo o desejo de manter o jogo em Santiago, mas precisando se preparar para o cenário apresentado. É gestão de risco.

Mesmo com a situação muito difícil, o presidente da entidade torcia por uma paz que ainda não chegou. Jogar no Chile seria importante para não ter que mudar de local a final pelo segundo ano seguido, e por causa de compromissos financeiros assumidos por patrocinadores e torcedores.



Mas a situação insiste em não melhorar. Pessoas de dentro da entidade sul-americana já se manifestaram pela troca de local para o presidente Alejandro Dominguez. O presidente está acompanhando de perto, e também está assustado.

Entenda como está Santiago faltando 18 dias para a final com Cauan Biscaia, jornalista que vive no Chile há oito anos e está acompanhando a situação.

Por la razón o por la fuerza. O lema pátrio do brasão chileno nunca calçou de maneira tão ajustada à atual realidade do país cordilheirano, que vive o seu maior conflito social desde a época do regime militar de Augusto Pinochet. O colapso social que se desatou no dia 18 de outubro continua vigente e sem horizonte de normalidade, protestos massivos são convocados diariamente e o povo demonstra exponencialmente que a luta continuará sem tréguas para o governo de Sebastián Piñera. O cotidiano chileno vive outro tipo de "normalidade": a das buzinas, cacerolas, barricadas, gás lacrimogêneo, repressão policial e destroços a comércios e patrimônios públicos. A fase mais apocalíptica já passou, é bem verdade, porém, a realidade atual não dá nenhum sinal de pacificação. Apesar do caótico contexto em evidência, a Confederação Sul-Americana de Futebol insiste na falta de bom senso para gerar um clima de tranquilidade à sua tão sonhada final única da Copa Libertadores, marcada para Santiago no dia 23 de novembro, nesta cidade sem clima e sem condições para receber tamanho evento de massiva convocatória entre turistas e torcedores de Flamengo e River Plate. Paralelamente, o Governo do Chile parece menosprezar o poder das manifestações, e tenta reiteradamente empurrar goela abaixo a sua suposta capacidade e disposição de garantir a segurança dos quase 50 mil expectadores que já compraram seus ingressos para o Estádio Nacional. No afã de forçar uma normalidade inexistente no país, acreditam, dentro da sua limitada racionalidade, que o futebol poderá salvar uma imagem já deteriorada por tanta desconformidade social e sua enorme desaprovação. Se a intenção dos políticos é dar circo ao povo para acalmá-los, a intenção do povo é de botar fogo nesse circo.



Nos últimos dias tem circulado pelas redes sociais alguns cartazes promovendo uma manifestação nas imediações do Estádio Nacional com o intuito de arruinar, estropear, funar (como dizem os chilenos) a final da Libertadores. Se bem a autenticidade desta marcha é duvidosa, já que a mesma foi mais propagada na Argentina que no Chile, o povo chileno anda tão em ebulição que até água seria capaz de catalisar tal motivação. Na última quarta-feira (30), quando a ministra do esporte Cecilia Pérez anunciou que a final se disputaria em Santiago, com respaldo e agradecimento imediato da Conmebol, provavelmente o que passava na cabeça destas autoridades era que o clima estava propicio para amenizar-se, se aproximava um feriado prolongado para que todos pudessem viajar e descontrair os ânimos, e que na segunda-feira tudo voltaria à letargia anterior a outubro. Entretanto, dois dias depois lá estavam cerca de 100 mil chilenos nas ruas do centro da capital e de outras cidades do país, batendo panela e alçando vozes contra o governo. O lema era claro: "isso não vai parar", e nos dias seguintes as marchas continuaram, com mais ou menos convocatória, mas estiveram presentes até nas redondezas da casa do presidente Piñera, quando no último domingo milhares de ciclistas subiram o cerro do setor oriente para invadir a "praia" da zona nobre e gritar pelas suas demandas contra o algoz de toda a insatisfação popular. No dia seguinte mais protestos, na chamada para o #SuperLunes que congregou outros milhares na Plaza Itália, terminando como sempre tem sido habitual em qualquer manifestação no país: Carabineros de Chile distribui bombas de gás lacrimogêneo e jatos potentes de água química, e os encapuchados respondem com pedras, barricadas, fogo e até coquetel Molotov. Se esse cenário representa normalidade, estamos imersos numa esquizofrenia induzida.



Nesta segunda-feira, outra pauta em discussão foi a possibilidade de retomar o futebol chileno e principalmente o seu campeonato da Primeira Divisão, paralisado há duas semanas. Em reunião entre o Ministério do Esporte e a ANFP (Asociación Nacional de Fútbol Profesional), se esperava que este assunto fosse o principal prato do dia, mas surpreendentemente o eixo da conversa foi a candidatura do Chile para sediar a Copa do Mundo de 2030, futebol feminino, convênios entre as entidades e até a final da Copa Libertadores. De futebol chileno, absolutamente nada. Horas mais tarde, o Intendente da Região Metropolitana, Ramón Guevara, afirmou que hoje se definirá o destino do campeonato chileno, mas deixou claro que a intenção é de reiniciar as atividades o quanto antes. Justamente no mesmo dia que a Conmebol se reunirá com presidentes dos clubes finalistas da Libertadores, além dos mandatários das associações de futebol da Argentina, Brasil e Chile, para bater o martelo sobre a factibilidade de Santiago ser realmente a sede da decisão continental. Entre tantas incertezas e mistérios, alguns jogadores chilenos decidiram se expressar sobre a situação do país e também sobre o futuro do esporte em épocas convulsionadas. Jorge Valdivia, ex-jogador do Palmeiras foi enfático ao dizer que "o mais coerente seria que o campeonato terminasse antecipadamente, com a Universidad Católica campeã e sem descenso". Já o atacante Esteban Paredes, maior artilheiro da história do campeonato chileno, e referente do Colo-Colo, foi mais incisivo ao dizer que "o futebol passou a segundo plano, hoje lutamos por coisas maiores. Não somos partidários de que se retome o torneio. O Governo e a ANFP querem retomar o futebol para acalmar o povo, mas nós não concordamos com isso". Com este ambiente de opiniões cruzadas e vontades opostas, o futebol chileno está em xeque. Só nestas duas semanas já houve a suspensão do Sul-Americano de futsal, e um amistoso entre Chile e Bolivia, marcado para 15 de novembro, além de uma paralisação dupla da décima-segunda rodada da Primeira Divisão. Difícil acreditar que com tantos percalços para organizar o seu próprio futebol, as autoridades do país estejam preparadas para eventos de maior apelo popular e midiático como uma final de Libertadores.

Mas dado o contexto, e se a Conmebol decidir de uma vez por todas descartar Santiago como sede da final entre Flamengo e River, quais possibilidades estariam sobre a mesa nesta possível reunião extraordinária que se levaria a cabo? Como já foi mencionado em semanas anteriores, a cidade de Assunção, no Paraguai, continua sendo o nome forte do plano B (que não existe oficialmente). Para confundir ainda mais os apreensivos torcedores que já desembolsaram seus dólares para esta partida, hoje se ventilou a opção de Miami receber a decisão, uma ideia que soa tão estapafúrdia como foi a realização do Boca x River em Madri, no ano passado. Muitos tem se perguntado sobre a possibilidade de a Conmebol abdicar da final única e manter, pelo menos para este ano, o clássico "ida e volta". O problema é que o regulamento da competição já não pode ser alterado, e o inciso 4º do artigo 26, Capítulo III, esclarece com propriedade que "O troféu CONMEBOL Libertadores e as medalhas ao campeão e vice-campeão serão entregues em uma cerimônia de premiação imediatamente depois de finalizada a partida da final única, na qual se decide o campeão". Além do mais, está o maior problema que diz respeito aos ingressos já vendidos, já que o inciso 2º do artigo 100, Capítulo XI, deixa evidente que a Conmebol é responsável pela venda das entradas para o último jogo da Libertadores. Somando-se a tudo isso, há uma sanção aplicada pela Conmebol ao River Plate pelo uso excessivo de sinalizadores no jogo de ida da semifinal contra o Boca Juniors, infringindo os artigos 8 e 21 do Regulamento Disciplinário, o que acarretaria numa final em Buenos Aires sem público, algo nada atrativo para organizadores da competição. Portanto, no caso de uma desistência da entidade sul-americana para manter Santiago como palco da sua festa, a opção mais viável, e provável, é que a partida se dispute no Estádio Nueva Olla, do Cerro Porteño, possivelmente em 30 de novembro, a tão só 11 dias do Mundial de Clubes.



Pela razão ou pela força, a queda de braço entre autoridades políticas e o povo chileno se inclina para o lado da maioria. Mesmo que o poder dos presidentes, ministros e intendentes seja maior no âmbito decisivo, na atual conjuntura quem manda e está na posição de comandar exigências é a população enraivecida. Meios argentinos e brasileiros, jogadores, torcedores e jornalistas, são quase uníssonos ao opinar: jogar esta final em Santiago continua sendo uma irresponsabilidade. Só o dia de hoje poderá colocar fim a este roteiro digno de imprecisões e insensibilidades por parte dos donos do espetáculo. A seguir, adelantos del próximo capítulo…



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629 visitas - Fonte: UOL


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Elizeu Oliveira     

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