Técnico do Flamengo, Jorge Jesus, durante clássico contra o Botafogo em 2020 Alexandre Vidal/Flamengo

Após se destacar pelo modesto Belenenses, Jorge Jesus chegou ao Braga com a missão de levar o tradicional clube aos primeiros lugares do Português na temporada 2008/09.



Para isso, o treinador queria fazer uma grande reformulação no elenco, realizando muitas contratações e dispensas.



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Márcio Mossoró foi um dos atletas que chegou junto com o Mister e recorda que as mudanças não foram muito harmoniosas.

“O Braga vinha com um ciclo muito antigo de jogadores. Ele mandou metade embora e contratou uns 16 jogadores. Vários sabiam que iam perder lugar no time. Alguns tiveram a paciência e ficaram, mas outros não”, recordou Mossoró, ao ESPN.com.br.

Uma as mudanças que mais incomodou o elenco à época foi a escolha dos novos capitães. O recém-chegado Moisés Moura foi um dos que ficou a faixa, o que incomodou parte do elenco.

Mesmo assim, Jesus não se intimidou em peitar os veteranos e implementar suas ideias.

“O Wender era um dos mais velhos e o Jesus queria mandá-lo embora, mas o presidente o segurou. O Jesus não fazia coletivo, ele dava treinos táticos e campo reduzido. O Wender questionou uma decisão dele no treino. O Jesus foi pra cima dele de forma me agressiva e disse: ‘Tu achas que manda aqui? Eu que mando aqui. Pode pegar tuas coisas e vai embora’. Depois disso, o Wender não jogou mais”, recordou.

Wender foi cedido ao Belenenses no meio da temporada e depois foi para o futebol do Chipre.

“O Jesus é muito líder, não tem meia palavra. Outros jogadores discutiram ele manda o cara sair do treino, suspende. Quem faz tratamento médico tem que estar duas horas antes do treino e se cuidar. Ele é muito rigoroso e se envolve em tudo no clube. Tudo isso o faz ser um cara vitorioso”, analisou Mossoró.

Além disso, o treinador gostava de se aprofundar nas partidas.



“Tinha dia que íamos para o clube só para fazer massagem, sauna e ver os vídeos dos jogos. Eles eram muito longos e ele explicava tudo em detalhes. Ele dava um presente como se fosse um boneco para definir quem era o melhor jogador da partida. Todos votavam ele também dava o voto dele e explicava o motivo. Ele desenvolve muito a auto estima e a confiança do jogador”.

Jesus ficou apenas uma temporada no Braga, classificando o time na quinta posição na Liga Portuguesa. No ano seguinte, ele foi para o Benfica e fez muito sucesso.

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