Um Maracanã diferente bem além do silêncio e vazio das arquibancadas. A volta do Campeonato Carioca colocou em prática o tão falado "novo normal" na vitória por 3 a 0 do Flamengo sobre o Bangu, na noite de quinta-feira, pela quarta rodada da Taça Rio. Novas logísticas, novos procedimentos, mas um protocolo que ainda escorrega diante da emoção.
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Passando a limpo o "Jogo Seguro" da Ferj, poucas foram as recomendações não cumpridas. A principal delas, praticamente utópica: a não reunião ou abraços nas comemorações dos gols (orientação descumprida em quase todos os países onde o futebol voltou).
Além disso, Jorge Jesus e Eduardo Allax acompanharam a partida sem máscaras na beira do gramado, contrariando o uso obrigatório listado no oitavo tópico do protocolo.
Feitos os adendos, o que se percebeu no Maracanã foi uma realidade bem diferente do habitual em dias de jogos. Com o hospital de campanha instalado no Célio de Barros, o portão de acesso das delegações foi alterado do 2 para o 9, assim como seu procedimento.
Bangu e Flamengo chegaram com uma diferença de meia hora. Suficiente para que todos os jogadores e membros de comissão técnica cumprissem com distanciamento e paciência o protocolo de passagem pela câmara de desinfecção e seguissem para os vestiários.
Durante o dia, todos os 40 integrantes de cada delegação passaram por testes de PCR e sorológicos disponibilizados pela Ferj em suas concentrações para acelerar o processo e permitir que chegassem ao Maracanã próximo do horário do jogo. O Flamengo chegou somente às 20h.
Todos os outros profissionais que tiveram que trabalhar no gramado, por sua vez, passaram por exames de PCR. Para os membros da imprensa que trabalharam na tribuna, a exigência era somente de desinfecção na câmara e medição da temperatura.
Já dentro do estádio, cartazes espalhados pelos corredores reforçavam as regras básicas de combate a Covid-19, além de inúmeros frascos de álcool em gel. O mesmo valia para os acessos ao gramado.
Com distanciamento, os gandulas também carregavam consigo o produto e limpavam a bola cada vez que vinha para suas mãos. Funcionários do Maracanã higienizaram os bancos de reservas durante o intervalo e ao término da partida.
Os suplentes também tiveram a rotina bastante alterada. Sinais indicavam que os assentos deviam ser utilizados de maneira espaçada e os jogadores permaneceram de máscara - retiradas durante o aquecimento.
Foi possível perceber o protocolo também nas entradas dos times em campo, em momentos distintos. Não houve fotos ou cumprimentos. Os jogadores seguiram diretamente para o centro do gramado, onde fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas do coronavírus.
Se os protocolos foram perfeitos, só novos exames vão poder comprovar. Mas que o "novo normal" foi colocado em prática no Maracanã, não há dúvidas. Difícil vai ser fazer o gol e não correr para o abraço.
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