Flamengo/Divulgação

O mundo do futebol chacoalhou durante a temporada 2020 em meio a uma realidade tão diversa como a imposta pela pandemia do novo coronavírus. Mas, para um jovem mineiro, o ano tem sido ainda mais agitado e surpreendente.



Ao iniciar 2020 pelo Tupi, na Copa São Paulo, Max não imaginaria que estava prestes a dar um passo significativo na carreira. O meia chamou a atenção do Flamengo, foi contratado e, após boas atuações no time sub-20, acaba de renovar o compromisso com o Rubro-Negro até o final de 2021.


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O sonho de ajudar a mãe e a vontade de honrar a memória do pai flamenguista são o combustível do jovem de 19 anos para seguir no clube e ter uma carreira sólida.

Nascido em Juiz de Fora, Max tem história semelhante à de muitos garotos e garotas que sonham em ter uma trajetória de sucesso no esporte. O terceiro mais jovem entre oito irmãos foi descoberto na rua, quando batia bola no Bairro Dom Bosco, onde vivia na cidade mineira.

A maior incentivadora do futebol sempre foi a Dona Angela da Conceição. Com a ajuda da mãe, Max passou por projetos esportivos da cidade, fossem no campo ou no futsal. Ele jogou em uma escolinha de futebol no Bairro Dom Orione, passou por Uberabinha UFJF, AMDH, de Belo Horizonte, até chegar ao Tupi.

Ângela mora atualmente em Simão Pereira, cidade que fica na Zona da Mata. Mesmo assim, Max garante que ela segue com a rotina de preocupações e zelo com o filho, que mora em Vargem Pequena, no Rio de Janeiro. De acordo com o jogador, o sonho dele é trabalhar para poder melhorar a vida da família.

— Sou mais fechado mesmo com a minha mãe. Me manda mensagem para saber se estou bem, se preciso de alguma coisa. Meu sonho é dar uma casa melhor, tirar ela de onde ela está, dar algo melhor para a vida dela, para que tenha tudo que que ela quer, como paz, amor. Meu sonho desde pequeno é esse, deixar minha família bem — declarou.

A relação com o pai, Altair, não foi tão intensa como a que Max tem com a mãe, mas foi suficientemente marcante para a vida dele. Altair morreu quando Max tinha 13 anos.

O período que teve junto do pai não foi tão longo quanto Max gostaria, mas foi precioso por uma passagem específica que Max guarda até hoje e que o motiva a buscar sucesso no Flamengo.

"Não tive muita relação com ele. Mas me lembro do que ele dizia: "Acredite, que você vai chegar lá". Ele era flamenguista e disse um dia que eu iria jogar no Flamengo e que queria me ver fazer isso. Ele não viu, morreu com pneumonia", disse.

— Só essa lembrança ficou na minha cabeça e levo para minha vida toda. Isso me dá mais vontade de mostrar meu potencial. Lá de cima, sei que está me olhando — prosseguiu o jogador, que antes do Flamengo jogou pelo Tupi, onde foi vice-campeão do Mineiro sub-20 e atingiu a terceira fase da Copa São Paulo.

Se estiver de olho lá de cima, Altair estará satisfeito. Afinal, o primeiro ano de Max no Flamengo tem sido de evolução. Contratado em janeiro, Max passou a treinar no grupo comandado por Maurício Souza. Com ritmo de jogo, por estar em atividade na Copinha, o garoto não demorou a se adaptar ao novo clube.

Depois do início do Campeonato Brasileiro sub-20, o jogador passou a ganhar mais espaço na equipe. Em 17 rodadas do Brasileirão, ele jogou 15, sendo nove como titular. As boas atuações renderam dois gols, quatro assistências e participações indiretas em tentos assinalados pelo time carioca.

Embora diga que os gols marcados na vitória sobre o Goiás, fora de casa, e no empate diante do Vasco — gol olímpico (veja no vídeo acima) — foram marcantes, o meia, questionado sobre o momento alto que viveu em 2020, não titubeou ao responder.

— O que me marcou foi a chegada. Treinei com a equipe principal e estava entrosado com o time sub-20, parecia que estava há anos no Flamengo. Em um treino estávamos dando passes de primeira, algo que outros jogadores não faziam. O Maurício (Souza) me elogiou, falou bem sobre mim e isso me deixou com a autoestima lá em cima. Disso eu não vou me esquecer — contou.

Max tem visto companheiros de sub-20, como Hugo Souza, Natan, Ramon, Gabriel Noga e Lázaro, ganharem espaço no elenco profissional, seja como titulares, reservas ou participando de treinos do time principal. O meia já teve a experiência de fazer a atividade do time de cima e, como sabe que Maurício Souza está em constante contato com a comissão técnica, procura amadurecer e evoluir técnica e taticamente para quando a chance aparecer.



— Estou muito feliz. Estou tendo muitas oportunidades, o professor Maurício está dando várias chances, estou abraçando todas, querendo cada vez mais. Espero que daqui a alguns dias que tenha a oportunidade de subir para a equipe profissional — fechou.

O próximo compromisso do Flamengo sub-20 é o clássico com o Fluminense, pela 18ª rodada do Brasileirão da categoria. O jogo será na segunda-feira, às 15h30, nas Laranjeiras.

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