1º de setembro. Em batida de escanteio, Gil sobe mais alto que a defesa para cabecear firme e marcar o gol. Seria um presente para o Corinthians. E também para Gil. Há oito meses no clube e com o status de jogador que mais atuou no ano – 48 jogos – o camisa 4 vive a expectativa de balançar a rede pela primeira vez com a camisa alvinegra.

– Olha, sei que faz tempo que marquei meu último gol. Foi na França... Mas não vou lembrar a data exata – disse ele, ao ser questionado pelo LANCE!Net.

Também, pudera. A última bola na rede saiu há exatamente um ano, em derrota do Valenciennes por 3 a 2, de virada, para o Lyon. Na mesma da data em que o Timão fazia 102 anos.

– Já vai fazer um ano? E bem no aniversário do clube? Está ruim a coisa para mim, viu?! (risos) Mas estou tentando. Acho que foi o maior tempo que fiquei sem fazer gol, sempre fiz. Mas a prioridade é defender, é isso que eu falo para os caras aqui – respondeu ele, ao ser informado.

“Os caras aqui” a que o defensor se refere são os seus colegas de equipe, que não abrem mão das brincadeiras por conta do jejum. Apelidado de Baloy pelos colegas, em referência ao zagueiro panamenho que atuou no futebol brasileiro, ele ouve provocações até mesmo de Tite.

– Pegam no meu pé demais, não param de falar disso. Mandam eu cortar o cabelo, falando que é isso que atrapalha. Até o Tite veio pegar no meu pé com isso (risos). Mas está bom assim, logo logo eu faço.

Treino para isso é o que não falta. Ontem, após o trabalho tático, ficou no campo com um dos auxiliares treinando cabeçadas em gol após bolas cruzadas. Ali, na ficção, a bola até entrou algumas vezes.

Neste domingo, contra o Flamengo, o principal destaque da melhor defesa do Brasileirão tem um objetivo diferente: fazer a bola passar a linha.