Fernandinho tem relação secular com o Flamengo
Foto: Arquivo O Dia
A fama do Flamengo na década de 1930 já chegava, pelas ondas do rádio, à cidade de São Borja, no interior do Rio Grande do Sul. As histórias de conquistas do clube, que em 1932 já havia levantado seis títulos estaduais no futebol, chegaram aos ouvidos do então menino José Maria de Andrade Pereira. O jovem gaúcho, que virou rubro-negro para implicar com o irmão vascaíno, não imaginaria que décadas mais tarde faria parte desta história. Seu Pereira, como é conhecido no clube, é o sócio ativo mais antigo do Flamengo - está no quadro desde 1960.
Hoje com 83 anos, Seu Pereira teve grande parte da vida marcada pelo Rubro-Negro. Chegou ao Rio de Janeiro para servir ao Exército, e, ainda no quartel, foi apresentado à esgrima. Fã do livro "Os Três Mosqueteiros", de Alexandre Dumas, escolheu o esporte, entre tantos que praticava, para competir profissionalmente.
“Ia me apresentar ao atletismo e passei por um corredor onde acontecia o treinamento da esgrima. Viram meu porte físico e perguntaram se eu queria treinar. Disse que sim e dali não saí mais”, recorda José Maria, que se tornou sócio assim que passou a praticar o esporte no Flamengo, em 1960.
“Quem me levou para o Flamengo foi um amigo da época de Exército, que já era atleta do clube”, explica.
O gaúcho, apaixonado por cavalos, abandonou a equitação da Escola de Educação Física do Exército para ganhar o mundo com a espada nas mãos. Como esgrimista, disputou os Jogos de 1968, no México, sendo o último atleta da modalidade a representar o Flamengo em uma Olimpíada. Esteve também nos Jogos Pan-Americanos de 1967, no Canadá, e de 1971, na Colômbia, conquistando uma prata em cada competição.
Em 1975, Seu Pereira substituiu sua carteira de sócio-atleta pela de sócio laureado, ao comandar a equipe de esgrima tetracampeã brasileira feminina.
“Atletas de outros clubes, como o Fluminense, vinham praticar aulas comigo”, conta o ex-treinador rubro-negro. Pela sua história, tem o nome eternizado na calçada da fama da Gávea.
Hoje, com as lembranças frescas na memória e a velha carteirinha guardada no bolso, Seu Pereira se sente satisfeito pela história que construiu: “É gratificante receber essas homenagens por ser o sócio mais antigo e relembrar o legado que deixei para o esporte”, declara.
Outro flamenguista a fazer história no clube é Fernandinho. Hoje com 102 anos, ele foi o último goleiro amador do Rubro-Negro - e o primeiro da era profissional. É o ex-atleta vivo mais antigo.
Seu Pereira, o sócio ativo mais antigo do Flamengo
Foto: Bruno de Lima / Agência O Dia
Orgulhoso, celebra sua relação secular com o clube. Fernandinho, que defendeu o time entre 1930 e 1934, foi criado na Rua Paissandu, onde se localizava o primeiro estádio do Flamengo. Eternizado com o Manto Sagrado, diz que ainda acompanha o Rubro-Negro: “Sou o mesmo flamenguista desde a época em que era menino. Eu vivia e vivo o Flamengo.”
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