A "listagem de taxas e emolumentos" da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) traz, além da habitual cobrança de 10% sobre a renda bruta das partidas - o dobro do que cobram CBF e FPF, por exemplo -, uma taxa extra de R$ 50 mil reais para jogos do Campeonato Carioca fora do estado, como foi a estreia do Flamengo contra o Boavista na Arena das Dunas, em Natal. O clube da Gávea teve de pagar de forma antecipada o tributo e jogou por uma cota fixa de R$ 300 mil - o Boavista recebeu R$ 200 mil. Os rubro-negros não assinaram o borderô da partida por não mencionar a cobrança.
Além dos 10% da renda bruta e dos R$ 50 mil, o boletim financeiro da partida traz uma cobrança de R$ 56.515,46 relativa a despesas descritas no artigo 75 do Regulamento Geral de Competições (RGC) da Ferj. O artigo se refere a gastos com carro forte, quadro móvel, "despesas estatutariamente instituídas", entre outros. Há alguns itens, como credenciamento e ambulâncias, que constam no artigo 75, mas aparecem discriminados à parte no boletim financeiro.
Ou seja, somados os R$ 61.965,50 da taxa de 10% sobre a renda bruta, os gastos com a Ferj na partida entre Flamengo e Boavista, na Arena das Dunas, chegaram a R$ 168.480,96, não muito menos do que a cota do time de Bacaxá (R$ 200 mil). Recentemente, o ex-jogador e hoje empresário Roni tentou negociar a compra da partida entre Flamengo e Macaé, nesta quarta-feira, mas desistiu por causa dos custos excessivos. Questionado, disse que prefere não comentar o assunto.
O blog entrou em contato com o clube e com a entidade. Os rubro-negros reclamam e alegam que não houve debate a respeito da taxa:
- O Flamengo é totalmente contra a taxa extra para jogos fora do Rio de Janeiro e afirma que a cobrança da mesma não foi objeto de deliberação na Assembleia da Ferj - disse a assessoria do clube.
A Ferj alega que os representantes rubro-negros na assembleia geral de clubes no fim de 2016 que aprovou a taxa não se opuseram à cobrança:
- A taxa de R$ 50 mil consta no Regulamento Geral de Competições, aprovada na Assembleia Geral, realizada no dia 16 de dezembro de 2016, com a presença de representantes de todos os clubes filiados. O Flamengo, no caso, se fez representado por Michel Assef Filho e André Galdeano. O mesmo aconteceu com o artigo 75 do RGC, quando se refere às despesas dos jogos a serem realizados fora do Estado do Rio de Janeiro - rebateu a entidade, através de sua assessoria.
A Ferj comentou também a recusa do Flamengo em assinar o borderô da partida realizada em Natal:
- É um direito de qualquer clube não assinar o boletim financeiro do jogo.
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