Com a saída de Reinaldo Rueda e a chegada de Paulo César Carpegiani o Flamengo mudou de esquema tático, mas também de filosofia. Com a ideia de ser imprevisível, o atual treinador do Fla promove modificações constantes no time. Roda jogadores tanto em treinamentos quanto em jogos, seja modificando os titulares de posição no campo ou dando oportunidades aos reservas para que todos mantenham o ritmo.



Geuvânio é o exemplo mais recente, pois o treinador comunicou ao atacante que receberia mais chances e assim o fez. Depois de entrar em alguns jogos, o jogador marcou dois gols contra a Portuguesa-Rj e mostrou o que antes era sua marca registrada: o chute de longa distância.

Outro que fora beneficiado com a estratégia do treinador foi o volante Jonas, pois aproveitou o fato de Cuéllar estar suspenso na Copa Libertadores da América e agarrou as oportunidades que tivera, se firmando assim entre os onze que iniciam as partidas. Vinicius Junior passou por um processo parecido. O atacante entrou no segundo tempo de algumas partidas, demonstrou qualidade e atualmente é considerado uma espécie de “12º titular”, segundo o próprio Carpegiani. Éverton Ribeiro comentou sobre o assunto e afirmou que a nova filosofia de trabalho cria uma boa disputa entre os jogadores.



— É uma situação complicada para o Paulo. Ele que vê quem vai jogar e quem tem a ganhar é o Flamengo. Isso cria uma boa disputa entre os jogadores —, disse Ribeiro.

A ideia de Paulo é continuar acertando o esquema tático, para que depois consiga dar mais oportunidades a outros jogadores, como aos volantes Rômulo e Willian Arão, ao atacante Marlos Moreno e ao lateral-esquerdo Trauco. Afinal, a ordem é não deixar o time previsível.

Um outro ingrediente ajuda na imprevisibilidade da equipe de Carpegiani: os jogadores trocam de posição no campo constantemente. Diego e Éverton Ribeiro são exemplos, pois foram adaptados a uma formação diferente, com mais obrigações em ajudar na marcação e estão correspondendo, na visão do treinador.

Paulo César Carpegiani incentiva a briga por vaga entre os titulares. O comandante vê com bons olhos variar o time dentro do mesmo esquema tático, visando confundir o adversário. Com a ideia de surpreender no ataque, a intenção do treinador é controlar o jogo e, às vezes, alterar o sistema do 4-1-4-1 para o 4-3-3 com a entrada de Vinicius Junior e Geuvânio.