Após aceitar a indenização proposta pelo Flamengo e assinar um acordo nesta segunda-feira, o pai do goleiro Bernardo Piseta, Seu Danrlei, não quer mais falar no assunto. Quer seguir a vida com a família depois de mais de um ano de negociações com o clube, desde o incêndio que vitimou seu filho e outros nove garotos no CT Ninho do Urubu.
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Natural de Santa Catarina, a família vinha reclamando da falta de sensibilidade dos dirigentes do Flamengo, mas era uma das que mantinham diálogo com o vice-jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, em busca de um entendimento. Superada esta fase. Danrlei disse apenas que o processo deixou cicatrizes, e relatou de forma breve o sentimento com o acordo.
- Prefiro não comentar sobre isso (acordo), foi um processo muito desgastante para nós da família. Foi um dia muito dolorido ontem, semelhante ao dia da perda do Bernardo. O processo nos machucou muito. Vamos tentar seguir a vida - afirmou o pai de Bernardo.
A família Pisetta, que conta com o advogado Thiago D'Ivanenko, é uma das mais ativas no grupo dos parentes das vítimas. E Seu Danrlei disse que, apesar de todo o desgaste, vai seguir apoiando os amigos que fez no último ano, alguns ainda reticentes em aceitar a oferta do Flamengo de indenização e pensão.
- Não vou me afastar dos familiares, isso criou um laço entre a gente. A gente vem conversando sempre e expondo as coisas. Cada um colocando da forma que acha que tem que ser. Eu sempre procurei colocar para todos que a decisão é de cada um. Cada um tem que ver com seus advogados o que acham melhor. A minha atitude de fechar com o Flamengo talvez não seja o que alguns estão pensando, talvez não achem correto, mas todo mundo respeitou. Cada um tem que saber o que é melhor para si e para seus familiares - explicou Danrlei.
Até o momento, o Flamengo chegou a um acordo com as famílias de Athila Paixão, de Gedson Santos, de Vitor Isaias e com o pai de Rykelmo Viana.
A mãe de Rykelmo acionou a Justiça com o pedido de R$ 6,9 milhões, enquanto os familiares de Arthur Vinícius, Christian Esmério, Jorge Eduardo, Pablo Henrique e Samuel Thomas aguardam uma resolução.
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