Técnico prevê Olimpia atrevido em casa, mas revela preocupação com Flamengo

10/8/2021 10:21

Técnico prevê Olimpia atrevido em casa, mas revela preocupação com Flamengo

Técnico prevê Olimpia atrevido em casa, mas revela preocupação com Flamengo
Orteman, com o também uruguaio Aguirre ao fundo, parou de jogar em 2015: ele treinou ainda o San Lorenzo do Paraguai e o Sol de America antes do Olimpia — Foto: Ricardo Rimoli/Getty Image

"Sergio Daniel Orteman Rodriguez. Símbolo. Estandarte. Ídolo de toda uma geração." Foi assim que o Olimpia apresentou, em março, o retorno de Sergio Orteman para o clube paraguaio. Em 2002, ele era meia e capitão no título da Libertadores do Olimpia, o último dos três que o tradicional clube paraguaio conquistou em sua história.



Com o ex-zagueiro Juan Salgueiro, vice da Libertadores em 2013, de auxiliar, Orteman, de passagem rápida pelo Grêmio em 2008, levou de 6 a 1 para o Internacional, mas eliminou o Colorado nos pênaltis nas oitavas de final da Libertadores.


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Essa entrevista ao ge, por telefone, foi na tarde de sábado, um dia antes do mesmo Inter golear o Flamengo por 4 a 0 no Maracanã.

Aos 42 anos, com cinco na nova carreira de treinador, ele conta do reinício no futebol, dos duelos com os gaúchos e do que esperar contra o Flamengo. Para ele, há tempos a melhor equipe do Brasil.

ge: Como foi a sua transição de jogador para treinador?

Sergio Orteman: Eu comecei curso para treinador ainda jogando, em 2012. Depois, em 2015, me aposento e começo a trabalhar. Em 2016 começo com equipe de segunda divisão, chamada Olimpia de Ita, depois vou para a terceira divisão com o Capitán Figari.

Você jogou no Boca, no Independiente, no Grêmio, no Peñarol, na Europa... quem foram os técnicos inspiradores da sua carreira?

Tive grandes treinadores. Jorge Fossati, Miguel Russo, José Pastoriza (falecido em 2004), Marcelino Peres, Diego Alonso, Gerardo Pelusso... No Grêmio, trabalhei com Celso Roth e Mano Menezes.


Com a camisa 16 do Olimpia na final da Recopa contra o San Lorenzo. Orteman foi campeão da Libertadores em 2002 — Foto: Stephen Dunn/Getty Images

Vimos o Olimpia contra o Inter, um time que tem bem mais poderio econômico do que a sua equipe. Agora, contra o Flamengo, o cenário se repete. Como gosta de ver suas equipes jogarem?

Eu gosto de ter a posse de bola, de ter boas transições, mas, como você disse, quando se enfrenta equipe com muito mais poderio a nível técnico e tático, obviamente você se planeja. Essa maneira de jogar de muitas partidas pode não servir e você depende mais de transições, de muita marcação. Como aconteceu contra o Inter. Mas quando jogamos em casa fomos mais atrevidos, tivemos muitas oportunidades. O Inter aqui (no Paraguai) também não demonstrou todo seu potencial como visitante, nos respeitou um pouco e nos deu muito campo também.



Pensa que vai ser parecido com o Flamengo?

Sim, por aí. O Flamengo há três, quatro anos vem sendo a melhor equipe do Brasil. Na Libertadores ele é respeitado por sua história e por ter jogadores com toda "hierarquia" (em tradução livre, jogador decisivo, de nome, de peso, com estrela), qualidade. É preciso muitíssima concentração para enfrentar um rival assim. Vai depender de concentração e de poder finalizar nas poucas oportunidades que teremos. O modelo de jogo deles é muito claro, se sentem mais cômodos de local do que de visitante. A técnica e o mano a mano deles é de muito alto nível.

Como planeja esse primeiro jogo, em casa?

Vamos tratar de manter a postura mais parecida como a que tivemos com o Inter. Eles nos deram a oportunidade de ficar mais em cima no campo. Não sabemos se o Flamengo pode vir com a mesma estratégia. Estamos vendo algumas partidas deles de visitante também. Vai depender um pouco da maneira deles jogar. Em casa se sentem muito cômodos, se projetam bastante no campo adversário. De visitante esperam um pouco mais, te dão um pouco de campo, mas têm muita velocidade para explorar. Temos que ser uma equipe muito compacta tanto no ataque como na defesa.


No empate de Inter e Olimpia no Beira-Rio, Aguilar defendeu pênalti de Edenilson — Foto: Staff Images / Conmebol

Roque Santa Cruz segue fazendo gols aos 39 anos. Às vezes começa no banco, às vezes de titular. Como tem sido a utilização dele?

Está num grande nível. Representa muita coisa para o vestiário, para torcida, para o clube. E para os rivais também, sem dúvida. Marcar um homem tão importante, com sua trajetória, exige todo cuidado especial. Os adversários sabem que não devem dar muito espaço a ele. Pode ser que deem a outros, mas a ele não. Quando joga, os rivais não lhe dão espaço e às vezes se cria espaço para os demais.

O quanto essa linha ofensiva do Flamengo te preocupa? São muito destaques, jogadores de seleção, como Gabigol, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, Arrascaeta...

(Risos) Tem que tratar de minimizar essa força. A verdade é que eles têm muita "hierarquia", muita qualidade individual e coletiva. Tem Arrascaeta, Bruno, Diego, Filipe Luis... Não tem um que não tem qualidade na sua posição. Mas, evidentemente, temos que fazer partida mais ao nosso estilo, com a nossa maneira de jogar, para que não se sintam cômodos para jogar livre. Se dá tempo e espaço para pensar a qualidade deles é muito difícil de reagir.

Seu time tem poderio físico. Isso deu para notar no segundo tempo contra o Inter. Pode ser uma vantagem nesse duelo contra o Flamengo?

Sim, mas, veja, os tempos das partidas mudam. Contra o Inter, primeiro, conseguimos jogar no campo deles. O Inter nos permitiu. Em outros momentos o Inter nos empurrou para trás e jogou no nosso campo. Em Porto Alegre, o campo mais rápido nos dificultou a um ponto que nosso goleiro foi destaque, mas também creio que nossos últimos 20 minutos foram muito bons. Encontramos muitíssimas possibilidades de gol e tínhamos melhor condição, mais reserva física do que o Inter. Então a partir da nossa boa forma física vamos fazer com que eles se desgastem, não só descansem com a bola. Tratar de agressividade, um equipe compacto, com transições que queremos encaixar.

Apesar de estar nas quartas de final da Libertadores, a campanha não é boa na liga do Paraguai. Por que essa diferença?

Não tivemos um bom início de torneio. Perdemos três de quatro jogos. Creio que é um campeonato que se joga diferente. Não se joga com a mesma agressividade que a Libertadores, nem com a mesma dinâmica e não conseguimos ainda vitórias. Na Libertadores as equipes grandes jogam com plus extra, com motivação, concentração máxima. Tem que minimizar todos erros. E no torneio local você acredita que pode ganhar as partidas pela qualidade, pela história dos clubes, mas o futebol está muito parelho. Isso vemos no dia a dia entre clubes e seleções, seja contra Brasil e Argentina, seja contra o Flamengo e o Palmeiras também.


Veterano atacante Roque Santa Cruz posa com a taça do Clausura do Campeonato Paraguaio, conquistada pelo Olimpia em 2020 — Foto: Nathalia Aguilar/EFE

Li uma entrevista do seu camisa 10, Derlis Gonzalez, dizendo que, por ter jogador no Santos, sabe que a imprensa brasileira já está esperando um Fla-Flu na semifinal. Vocês tratam disso no vestiário?

Não, não podemos focar nisso. É claro que a imprensa brasileira gostaria de um clássico brasileiro. Se houvesse dois paraguaios, a imprensa daqui gostaria da mesma coisa. Cada um tira um pouco para o seu lado. Mas não falo disso. Se as pessoas se comentam, se as pessoas tratam nas notícias... Mas são todos grandes jogadores, todos têm as mesmas ambições, os mesmos sonhos que a gente, de poder fazer grandes partidas e se classificar.

- Não quero desmerecer ninguém, mas quem fala qualquer coisa antes não tem a sensação que tem um jogador quando joga a Libertadores. Eles (Flamengo) não entram pensando que já ganharam. Não, ao contrário. Entram sempre preocupados. Mas, obviamente, que nós, com certeza, estamos mais preocupados do que o Flamengo. E é normal também. Isso é lindo, porque passamos um duro adversário como é o Inter e queremos repetir da mesma maneira. Temos que ser competitivos, ter nossas virtudes e administrando a virtude deles para poder fazer boas partidas.

Vocês vão receber cerca de dois mil torcedores no Paraguai. O Flamengo, cerca de 20 mil. Como vê esse retorno do público neste momento?

Acho que o mais bonito que tem o futebol é isso, o folclore do torcedor. Perdemos isso na pandemia. O torcedor, o canto, o apoio. Foi um ano e meio difícil para todos jogadores. Creio que já estão até acostumados, mas no início foi muito duro. Mas tomara que siga melhorando aqui e que as pessoas voltem aos estádios, porque é o que vale e o que motiva os jogadores.

Não ter o Flamengo no Maracanã, por esse lado, é melhor?



Eles jogam num campo brasileiro, jogam em todos estádios em condições semelhantes nesse momento. Já jogaram com o Defensa Y Justicia em Brasília. Então, creio que na pandemia não muda muito. Mas em outro momento, pela grande torcida que tem, com certeza que em casa a torcida número 12, como a nossa, que é uma torcida linda, que apoia muito, faz diferença. É o que se faz sentir num clube grande.

Olimipia, Flamengo, Libertadores, Técnico

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