VP da base destaca trabalho e DNA: "O atleta tem que entender o Flamengo pelas paredes"

26/3/2022 08:44

VP da base destaca trabalho e DNA: "O atleta tem que entender o Flamengo pelas paredes"

VP da base destaca trabalho e DNA: O atleta tem que entender o Flamengo pelas paredes
"O jogador quando chega no clube e pisa aqui dentro já tem que entender o que é o Flamengo pelas paredes. As paredes têm que falar".

A frase de Vitor Zanelli, vice-presidente do futebol de base, do futebol feminino e de futsal do Flamengo, mostra que o sucesso das categorias inferiores nos últimos anos não se resume a investimento financeiro, mas também em identificação. Familiarizar o garoto com a história rubro-negra é princípio básico.



Neste sábado, o clube estreia no Carioca Sub-20, às 10h, contra a Portuguesa, na Ilha. E, pela Copa Rio, faz Fla-Flus nas categorias sub-15 e sub-17, na Gávea, às 9h e 11h respectivamente. A Fla TV transmite os jogos.


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Melhorias estruturais, captação certeira e novos talentos fizeram o Flamengo igualar seu recorde na base de títulos numa só temporada em 2021. Foram 27, mesmo número alcançado dois anos antes, e cinco deles nacionais.

Mas, além da óbvia necessidade de se colocar dinheiro para acelerar o desenvolvimento, a gestão de Vitor Zanelli, vice-presidente do Flamengo do futebol de base, aposta na ideia de motivar jovens atletas expondo a história de ídolos nas paredes do CT a fim de fazer com eles queiram ter seus nomes escritos nas mesmas.

A busca pelo famoso DNA rubro-negro não para por aí. Lemas direcionados a garotos e às comissões técnicas estão espalhados pelo Ninho do Urubu. E, logo na entrada, há uma Seleção do Mês, que engloba jogadores da categoria sub-15 à sub-20. Os próprios atletas e treinadores votam, e no quadro estão escritas "ações essenciais" que eles têm de executar.

- Quando entramos na gestão do Landim, uma das primeiras coisas que eu fiz foi reunir o pessoal, sentar todo mundo e trocar ideias. A gente não pode ter limites aqui. Nosso objetivo é dominar o mundo. Eu quero ganhar tudo e ter os melhores jogadores, mas para chegar lá eu não posso ter barreiras.
- Temos que pensar fora da caixinha mesmo. Se quero ser o melhor do mundo, como faço para chegar lá? Se vão deixar ou se não vamos ter verba, vemos depois. Mas vamos traçar o caminho. E uma das coisas que a gente pensou nisso é: "o jogador quando chega no clube e pisa aqui dentro já tem que entender o que é o Flamengo pelas paredes. As paredes têm que falar" - disse Zanelli ao ge.

Zanelli afirma que a escolha das palavras colocadas em anexo à "Seleção do Mês" e em outras paredes do CT foi feita de forma criteriosa e com participação fundamental do departamento de psicologia da base do Flamengo.

O VP da base definiu o envelopamento das paredes como um trabalho multidisciplinar do Flamengo e que, em sua opinião, apresentou resultado muito positivo.

- Temos mais de 360 atletas, e todos os dias eles passam por esses corredores. E ele tem que ler, ele tem que entender. É um trabalho quase que por osmose ele passear por ali. Essa parede das valências, eu quero que o zagueiro olhe para lá todo dia e fale: "eu quero estar aí, quero ser destaque do mês". O que eu tenho para ser destaque do mês? Está escrito ali, ele vai decorar e vai lembrar. E é isso que a gente tem feito.

- Essa parte de comunicação foi muito legal porque todos os departamentos participaram. Parabéns às nossas psicólogas, que participaram ativamente. Foram as principais pessoas que nos deram embasamento teórico do que deve estar em cada parede. Por exemplo: "Como vou trabalhar a mensagem que quero passar no DM, na área de academia e na área de trânsito?". Não foi simplesmente jogar as palavras, isso foi um trabalho demorado, e o marketing conseguiu colocar as nossas ideias na parede posteriormente. Acho que ficou um trabalho sensacional.

E as palavras nas paredes não conversam apenas com os garotos, mas também têm como foco os membros das comissões técnicas. A intenção é persuadi-los a ficarem no Ninho do Urubu o maior tempo possível.

- Eu preciso que o DNA do Flamengo esteja nas paredes. Você passou pela comissão técnica? Viu o que tem na parede? "Missão, visão e valores". Fizemos um ambiente para a comissão técnica que a gente quer que eles fiquem o dia inteiro aqui. Tem que dar gosto de você estar aqui para tocar. Você tem um lounge, uma mesa de trabalho, as paredes que mostram a grandeza do Flamengo e a torcida. E na outra tem as visões, valores e uma imagem significativa que representa a união dos atletas. A missão está lá, a missão do clube é essa, e a comissão técnica vai passá-la.

Para finalizar o assunto "paredes que falam", há um quadro com nomes de atletas formados na base que conseguiram títulos no futebol profissional. Durante a reportagem, o zagueiro Cleiton, já utilizado por Paulo Sousa, passou em frente ao painel e revelou o desejo de fazer parte dele. Veja abaixo:



- A ideia de customizar foi minha quando chegamos aqui, mas participaram as comissões técnicas, o gerente e o psicólogo... Todos eles ajudaram nas reuniões a montar o que vai ter em cada lugar. Foi mais um trabalho de equipe. Tem que faltar espaço na parede. Vou ficar muito feliz quando eu falar: "A gente vai ter que estender mais uma parede"(risos) - prosseguiu Zanelli.


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Recorde de títulos da base (27 conquistas) em 2021

- Todos esses resultados que estamos tendo aqui é fruto de um investimento que o clube vem fazendo com o apoio do presidente Landim. Ele entende que aqui é onde a gente mais consegue resultados para desenvolver o nosso futebol profissional, seja com vendas ou com a parte técnica. A gente não busca qualidade não só nos jogadores, mas nos profissionais também. Entendo que temos uma equipe de profissionais de altíssimo nível.

Interesse da CBF em Fábio Matias, técnico do sub-20

- O importante dessas lembranças, e nós já perdemos atletas para o exterior, é que o trabalho está sendo bem feito.

Formar é prioridade, mas "vencer, vencer, vencer" também

- Toda a vez que vamos começar um ano, e estamos começando um efetivamente agora, temos uma expectativa muito grande. Porque aqui no Flamengo a nossa premissa básica é formar para o profissional, mas lá no hino está dito "Vencer, vencer, vencer". A gente não tem como entrar numa competição sem ser para vencer.

- Durante a preparação, juntamente com a captação, a gente procura organizar equipes que sejam as melhores do Brasil. Temos bons nomes, trouxemos alguns jogadores de Copinha e do exterior, mas temos jogadores muito bem formados na casa. Não espero surpresa, espero o de sempre: que seja uma equipe vencedora, batalhadora e com DNA do Flamengo. E que ao longo do Flamengo vamos entender quais os destaques vão começar a se preparar para atender o profissional.


Como se trata de um garoto cercado de expectativas, como está sendo feita a transição de Matheus Gonçalves entre o sub-17 e o sub-20?

- Primeiro que nós temos grandes expectativas com todos os atletas. Ele é mais um dos que temos boa expectativa. Temos até um grupo de trabalho que a gente separa para fazer o PDI, que é o Processo de Desenvolvimento Individual. Onde nossos principais destaques são trabalhados como um plus.

- São treinamentos extras para poder ampliar o que ele tem de melhor e minimizar as valências que ele eventualmente precise melhorar. Então ele (Matheus) é um deles, e a gente tem trabalhado bastante em todas as valências para poder valorizar ainda mais nossos jogadores para o futebol profissional.


Muitos garotos utilizados na estreia do Flamengo no estadual profissional e na sequência da competição

- Isso daí foi uma decisão do nosso presidente. A gente sempre fala da questão da transição e da preparação. Hoje temos um elenco profissional enxuto, o que faz com que a nossa base participe muito não só dos jogos como dos treinamentos. A gente chega a ter numa escalação de cinco a 13 atletas formados na base.

- Estou falando de escalação, não no geral. São muitos, foram 34 atletas utilizados pelo profissional no ano passado. Na final da Libertadores de 2019, foram 15 ou 16 relacionados.

- Quanto mais acesso a gente dá ao atleta de base ao treino do profissional, melhor a gente está preparando a fase de transição. Jogamos os dois primeiros só com time sub-20, mas esses garotos já jogaram na Hungria, na Itália, contra o Real Madrid. Toda a preparação que a gente fez foi para eles estarem do tamanho do Flamengo.

- Hoje um grande exemplo é um garoto que tem mais um ano de sub-20 e está começando boa parte dos jogos de titular no profissional que é o Lázaro. Mas ele já vem nessa transição desde 2019. A gente tem que ter paciência muito grande para desenvolver efetivamente esse potencial. Para isso temos o Noval (Carlos) na gerência de transição. Temos um entendimento muito grande.
Integração com Paulo Sousa

- O técnico do profissional tem feito um trabalho muito legal com o nosso pessoal da base. Acho que vamos ter muitos frutos bons surgindo em breve no nosso sub-20. Ele tem sido um cara muito acessível, existe uma integração muito legal. Ele gosta muito de fazer essa troca com os nossos profissionais da base.

- Às vezes a pessoa confunde a forma de o Flamengo jogar com 4-3-3. A forma de jogar do Flamengo é pressionar o tempo todo, a busca incessante pelo gol, atacar marcando. As atitudes que são importantes, essa é a forma de jogar do Flamengo. Isso a gente tenta colocar desde o sub-7, e a atitude do Paulo é igual. Esse alinhamento está sendo muito bem construído.
Vocês viram como erro a volta de atletas que iniciaram a Copinha para jogar o começo do estadual profissional? (o time sub-20 do Flamengo foi eliminado na terceira fase)

- Já estava previsto, isso foi um trabalho de preparação e planejamento do clube. Nossa principal meta na base é atender o profissional e colocar jogadores lá. Queria ganhar a Copinha? Claro que queria. Todos os jogadores que foram para a Copinha e os que ficaram lá também queriam. Aquele time que jogou o último jogo e perdeu também queria e era muito bom.

- O planejamento deu certo? Deu. Poderia ter feito diferente? Em cima do que nós tínhamos de cumprir com as metas para o profissional, a gente não poderia fazer diferente. É uma competição como todas as outras que só tem um campeão.


- Já estamos pensando em como trabalhar no ano que vem, é possível que façamos algo semelhante. Tudo depende das circunstâncias porque tem, por exemplo, Mundial, Libertadores, Supercopa, Carioca, tem férias dos jogadores.

Como vê a entrada da geração do sub-17 que no ano passado tudo ganhou agora no sub-20? A equipe ganhou Brasileiro, Copa do Brasil e Supercopa.

- Aqui no Flamengo tudo gira em torno de títulos, tudo é grande, e a expectativa sempre é enorme. Eles estão sendo trabalhados da melhor maneira possível para dar o melhor rendimento e a gente poder colher os melhores frutos nos próximos três anos.

- Nosso objetivo não é pontual. Óbvio que entramos para ganhar em todos os campeonatos, mas o trabalho com cada atleta é de médio a longo prazo. Temos um trabalho com todos esses garotos que subiram do sub-17 e estão com a gente no sub-20. Vamos trabalhar para poder ter o melhor resultado possível com eles. Que seja desportivo ou financeiro.

- Todo ano surgem novas tecnologias e novos processos. O trabalho é contínuo de aprimoramento. Tanto dos profissionais. Temos aqui um projeto de educação continuada. Somos uma universidade de profissionais, nós formamos profissionais também.
- Temos reuniões com técnicos do sub-7 ao sub-20. Num dia o tema quem dá é o sub-20, no outro dia quem dá é o técnico do sub-20. Como também trazemos gente de fora. Já trouxemos o Parreira aqui para dar palestras, o Diego Ribas já veio aqui. O Tinga... Buscamos isso tanto para os atletas quanto para os profissionais. Todo ano a gente quer coisa nova.

- Essas viagens internacionais que a gente faz constantemente têm diversos motivos. Para dar maturidade aos garotos, para mostrar novos processos aos profissionais que estão em viagem porque depois eles fazem apresentações para os que aqui ficaram. É um ganho do clube e não um ganho profissional de quem está viajando.
Thiaguinho e Otávio, dois jogadores cercados de expectativa, não deram certo até então e foram emprestados para Houston Dynamo, dos Estados Unidos, e Sampaio Corrêa respectivamente. Vocês têm expectativa de recuperar o investimento neles?

- A forma que temos de pensar é que os jogadores são ativos. O retorno tem que ser desportivo ou financeiro. Ou os dois. Você está me falando de dois, mas bota aí Rodrigo Muniz, Yuri César, Vinícius Júnior.


- Todo ano tenho um grupo de 30 a 40 atletas no sub-20 e todo ano estão subindo mais 15 ou 20. E todo ano sobem quatro ou cinco para o profissional. No ano passado, você vai ver o que vendemos de jogadores da base entre 18 e 22 anos em valores. Eu não tenho que pensar especificamente.

- É um grupo de atletas que tenho buscar mercado para eles. Eu te dou 20 casos positivos, e eles dois não são casos negativos. Fizemos um investimento, e ele não chegou na expectativa do profissional. Estamos os colocando em outro mercado em que temos a expectativa de que possa nos dar um retorno ainda. Thiaguinho está indo para a MLS, um dos mercados que mais cresce. Mandamos dois para a MLS. E aí: é ruim? Deu errado?

- Temos uma gerência comercial que está sendo muito bem tocada pelo Noval. A gente não só identifica em qual mercado encaixa melhor o nosso jogador, como também abrem parcerias para colocar jogadores. Tenho o Richard Ríos no México. Kayque Soares foi para Dubai. Se você botar o mapa mundi, a gente está chegando bem. Aí entra o que te falei: dominar o mundo.

- Um deu mais, outro deu menos? Não, cara, era isso que a gente queria. No mercado português, eles tentam buscar lugares para comprar e vender bem. Eu quero ganhar na segunda venda. É um trabalho comercial que tem implantado um grande resultado.

Tem ideia de quantos jogadores captaram para o ano de 2022?

- A gente faz um trabalho em que tenta aumentar o sarrafo a cada ano. Esquece número. Nosso objetivo é ter sempre os melhores. Nunca deixamos a nossa captação ficar acomodada, está sempre em busca de melhores jogadores do que os que temos. Conhece todo o perfil dos nossos jogadores e vai ao mercado buscando melhores ou com potencial semelhante. Porque a gente não quer que os nossos atletas fiquem acomodados, a concorrência é sempre positiva. A gente está atendendo todo o Brasil e exterior.

FUTEBOL FEMININO
Com técnico português e jogadores de peso como Darlene e Thaisa, o Brasileiro já é factível para o Flamengo mesmo com times como Corinthians e Ferroviária, que estiveram muito à frente recentemente? É um título palpável?

- Planejamento do futebol feminino começamos lá em 2019, quando assumimos. Montamos uma estratégia e agora estamos conseguindo bons resultados que estão nos ajudando em parceria com o marketing e a comunicação. Nos ajudaram muito e hoje estamos com a camisa toda vendida (propriedades ocupadas por patrocínios). E grandes parceiros estão acreditando e viabilizando o nosso projeto. Com isso que conseguimos trazer atletas desse nível.

- O nosso objetivo hoje é a vaga para a Libertadores, mas, como te falei, não gosto de perder nada e o nosso objetivo é ganhar tudo. Estamos entrando e vamos acreditar até o final.

A primeira fase do Brasileiro é muito longa e vai até agosto. É possível trazer jogadoras conhecidas internacionalmente ainda neste ano?

- Como eu disse em todas as entrevistas em que falamos do nosso projeto, temos etapas a cumprir no nosso planejamento. Quem sabe?


O projeto "Elas Jogam" tem feito sucesso nessa primeira semana após o lançamento?

- Maravilhoso, o pessoal tem adorado esse projeto. Está tendo um movimento muito legal, engajamento de atletas e ex-atletas que estão até apadrinhando. Está muito legal, e é uma coisa que não só o Mercado Livre está valorizando o crescimento da modalidade. É valorizar o engajamento que a gente quer das meninas.

- A gente tem uma diferença muito grande do futebol feminino para o masculino em que o garoto chega com 18 anos com oito a 10 anos de trabalho. E no futebol feminino a garota chega com 18 anos e com três a cinco anos de trabalho, às vezes menos. Então você não tem como querer aos 18 anos uma performance médias das meninas igual à dos meninos por conta do tempo de trabalho. Na parte técnica.



- Existem as expoentes que vão despontar, mas a nível de mercado nacional e de universo de atletas de base, a gente não tem um trabalho no feminino que comece muito cedo.

- É isso que a gente está tentando potencializar com esse jogo. Que as meninas podem começar mais cedo. A gente quer trabalhar junto para fazer a captação também. O Flamengo tem um mote "Craque o Flamengo faz em casa". No feminino estamos fazendo isso também, temos um time sub-17 que vai disputar o Brasileiro agora.


- No nosso time profissional feminino temos 13 atletas com passagens em seleção de base. Dentro do nosso time titular são três meninas com 18 anos.

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