O Flamengo tem convivido com crises internas nas últimas semanas. Após a agressão do preparador físico, Pablo Fernández, ao o atacante Pedro, os atletas Gerson e Varela protagonizaram mais um episódio de violência no vestiário rubro-negro nesta terça-feira (15).

Devido ao caso envolvendo o meia do Rubro-negro, o lateral uruguaio teve fratura no nariz, além de uma lesão no olho direito. A informação é de Eric Faria e Fred Gomes, setoristas do “ge.com”.

Diante dos recentes focos de crise nos bastidores, o departamento de futebol do Flamengo foi acionado – e em ambos os casos, questionado – pela forma como abordou tais problemáticas. Abaixo, confira a lista dos principais integrantes da pasta, e suas atribuições enquanto funcionários do Mais Querido.

Marcos Braz (Vice-Presidente de Futebol do Flamengo)

O Vice-Presidente de Futebol do Flamengo também é o braço direito do Presidente Rodolfo Landim. Dentro do departamento, Braz é a única figura não profissional, tendo sido nomeado para função de VP. Sua nomeação simboliza o projeto de governo de coalizão implementado pelo atual Presidente, em meio aos diferentes grupos políticos dentro do clube.

De acordo com sua página no portal da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o atual vereador do Partido Liberal (PL) já ocupou cargos de direção no Flamengo desde 1995. Em 2009, foi Vice-Presidente de Esportes Olímpicos e Vice-Presidente de Futebol. Dez anos mais tarde, após a vitória eleitoral de Rodolfo Landim, Braz retornou ao cargo de VP do futebol da equipe carioca, e segue na função desde então.

Bruno Spindel (Diretor Executivo de Futebol)

Assim como Marcos Braz, Bruno Spindel possui longa trajetória nos bastidores do Clube de Regatas do Flamengo. Conforme noticiado pelos jornalistas Diogo Dantas e Marcello Neves, do jornal “O Globo”, Spindel teve ascensão meteórica dentro do clube, sobretudo devido a sua capacidade como negociador e articulador político. Entre 2013 e 2018, foi Gerente de Marketing e posteriormente CEO do clube sob a gestão de Eduardo Bandeira de Mello. Durante o processo eleitoral que sacramentou a vitória de Landim, o dirigente foi escolhido como pivô para coordenar o processo de transição política na agremiação. em junho de 2019, tornou-se Diretor Executivo de Futebol.

Formado em engenharia na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), a função de Spindel no departamento de futebol do rubro-negro está comumente associada ao aspecto financeiro e administrativo. O dirigente foi tratado como um dos pilares nas conversas que resultaram na contratação de atletas como Bruno Henrique e Arrascaeta . Em novembro de 2022, o jornalista Fred Gomes noticiou que ele também foi o responsável por comunicar ao então treinador, Dorival Júnior, a decisão de não renovação de seu contrato com a equipe.

Carlos Noval (Gerente de Transição do Flamengo)

Assim como os nomes citados anteriormente na lista, este não é o primeiro contato de Carlos Noval com os bastidores do Flamengo. Filho do também ex-dirigente, José Carlos Dias, Noval atuou como Diretor Executivo de Futebol de Base a partir de 2010, nos tempos da Presidente Patrícia Amorim. Após o bom desempenho na função, ele seguiu o trabalho durante a gestão de Bandeira de Mello, até assumir o posto de Diretor de Futebol, em março de 2018.

Após a mudança de chapa com a vitória eleitoral de Rodolfo Landim, Carlos Noval deixou o cargo de diretor, dando lugar ao já mencionado Bruno Spindel. Em junho de 2019, o “ge.com” informou que o ex-dirigente aceitou o cargo de Gerente de Transição da Base. Tal nomeação permitiu com que Noval mantivesse, portanto, contato com a área de atuação que lhe trouxe destaque nas gestões anteriores.

Fábio de Jesus (Gerente de Futebol)

Conhecido como Fabinho Soldado, o profissional de 46 anos atua como Gerente de Futebol do Flamengo. Diferentemente de Noval, de Jesus foi jogador de futebol, e representou o clube, ainda em 2003.

Após pendurar as chuteiras, Fabinho Soldado ocupou cargos de gestão em equipes como Bonsucesso, Bangu e Tupi. Em 2017, foi convidado para trabalhar no Departamento de Scout do Flamengo. Foi promovido para função de gerente, em 2018. Em 2021, a partir da chegada de Renato Gaúcho como técnico da equipe, o ex-volante passou a exercer a atual função de Gerente de Futebol.

Em entrevista ao Globo Esporte realizada no ano passado (12/08/2022), ele descreve sua função como administrativa do dia-a-dia do CT Ninho do Urubu. Diante dos momentos de crise enquanto Paulo Souza comandava o Flamengo, o Gerente recebeu críticas a respeito de sua função no clube. Ná época, questionava-se uma atuação omissa do gerente em meio aos problemas de relacionamento da comissão técnica com o plantel de jogadores. Nesta conversa com o jornalista Fred Gomes, o profissional afirma que realiza um trabalho silencioso na rotina do clube. Fabinho atua como elo entre comissão técnica, atletas e diretoria.

Juan Santos (Gerente Técnico do Flamengo)

Considerado um dos principais ídolos do Flamengo no século, Juan pendurou as chuteiras ao final de sua segunda passagem pelo rubro-negro, em 2019. Ainda no mesmo ano, iniciou trabalho de bastidores no clube, e começou os cursos de capacitação profissional disponibilizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Após período de avaliação interna, o ex-zagueiro assumiu o cargo de Gerente Técnico. Em julho do ano passado, ele concedeu entrevista ao setorista Fred Huber, visando explicar suas atribuições enquanto dirigente. Assim como Fabinho Soldado, Juan sofreu questionamentos por parte da torcida acerca de suas funções no dia-a-dia da equipe.

O gerente se diz responsável pela avaliação da parte técnica do elenco, e encarregado de gerenciar o setor de análise de desempenho, junto com a comissão técnica dos treinadores. Neste caso, Juan responde diretamente à Marcos Braz, e trabalha, assim como Fabinho, visando estabelecer a ponte entre diretoria, comissão técnica e jogadores.

Apesar da descrição de suas funções, Juan e Fabinho voltaram a receber questionamentos quanto aos seus desempenhos nos bastidores. Conforme relatado por Diogo Dantas, do jornal O Globo, o lateral esquerdo Filipe Luís se encarregou de conversar com os atletas após o incidente entre Gerson e Varela nesta terça-feira (15). A percepção interna aponta para um enfraquecimento no papel de ambos os gerentes, o que culminou no camisa 16 da Gávea a preencher o vácuo de poder deixado pelos dois profissionais. do futebol do Flamengo.