Altitude. Esta palavra de oito letras foi o assunto da semana no Flamengo e talvez tenha sido a que os flamenguistas mais ouviram desde o sorteio da fase de grupos da Libertadores. Bogotá (2.640m) e La Paz (3.640m), dois dos locais sempre temidos pelos brasileiros, entraram mais uma vez no roteiro rubro-negro em abril, quando enfrentará o colombiano Millonarios (dia 2) e o boliviano Bolívar (dia 24). Mas qual é o tamanho do fantasma da altitude? Para responder esta pergunta, o ge levantou o retrospecto do Flamengo atuando a partir de 2.500 metros acima do nível do mar. E os números, de fato, justificam a preocupação rubro-negra. Em 14 jogos oficiais no "alto do morro" na América do Sul, o time perdeu metade. Ganhou quatro e empatou três, o que dá um aproveitamento de apenas 35,7%.
A primeira vez na altitude não deu para assustar. No dia 13 de outubro de 1981, nos 2.560 metros de Cochabamba, na Bolívia, o Flamengo venceu o Jorge Wilstermann por 2 a 1 no estádio Félix Capriles, pela segunda fase da Libertadores. Aquele timaço de Zico e companhia não repetiu as atuações de gala tão comuns daquela época no nível do mar. "Sem exibir um futebol de alta qualidade", citou a crônica do jornal O Globo do dia seguinte, "mas o suficiente para impôr sua maior categoria durante toda a partida". O Rubro-Negro usou a estratégia de ficar com a bola e ganhou com gols de bola parada: Baroninho abriu o placar cobrando falta, e Adílio fez o segundo de cabeça após escanteio.
Já a segunda vez na altitude não foi nada boa. No dia 8 de abril de 1983, o Flamengo subiu até os 3.640 metros de La Paz, na Bolívia, pela fase de grupos da Libertadores, e perdeu por 3 a 1. O jogo ficou marcado por mudanças na escalação do técnico Carlinhos, que barrou Marinho e Robertinho e escalou o apoiador Vitor "totalmente sem condições", citou o jornal O Globo do dia seguinte, "pois esse jogador foi quem mais sentiu os efeitos da altitude e passou mal durante todo o dia em La Paz". Os bolivianos fizeram dois gols de escanteio e outro em chute de fora da área. "Todos os jogadores sentiam nitidamente os efeitos da altitude", completou o jornal.
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