Análise: Guerrero não embalou no primeiro ano, mas tem chances de decolar

2/7/2016 08:25

Análise: Guerrero não embalou no primeiro ano, mas tem chances de decolar

Fora de casa e contra o ex-clube, atacante precisa de protagonismo para apagar “fantasmas do passado” e conquistar de vez os rubro-negros

Análise: Guerrero não embalou no primeiro ano, mas tem chances de decolar
Guerrero na primeira vez na Arena contra o Corinthians: chance de recuperação em 2016 (Foto: Getty Images)

Um término de relacionamento com mágoas gera traumas, consequências e aquela pergunta: como será o reencontro meses ou anos depois? A regra básica é demonstrar força, transparecer que a vida seguiu e o ex-amor não incomoda mais. Paolo Guerrero experimentou a sensação de rever o Corinthians em outubro de 2015, em São Paulo.

Não conseguiu cumprir a tal regra básica. Vestiu rubro-negro, ajeitou o penteado para impressionar quem anteriormente o afagava... Tentou em campo, se esforçou, caiu, levantou, gritou, ouviu muitas vaias e perdeu o jogo por 1 a 0. Deu três chutes a gol, todos para fora.

Quase um ano depois do início do amor com o Flamengo, é hora de levantar a cabeça novamente, respirar fundo e preparar-se para outro encontro. Do outro lado, o clube no qual chegou referendado por um programa de estatísticas, sem muita expectativa, e saiu com títulos, gols decisivos e chamado de mercenário. A partida será às 16h, na Arena Corinthians.

Mas quem é o Guerrero na versão carioca? Ele de fato já seguiu adiante? Setoristas do Flamengo, Fred Gomes e Gustavo Rotstein acompanham a trajetória dele no Rio desde a chegada e resumem impressões e sensações.

Mas antes, vale contextualizar. A fase é boa. A Copa América Centenário serviu como um "tempo necessário" para as partes se ajustarem. Enquanto divertiu-se nos braços da seleção peruana, o atacante deixou o Rubro-Negro saudoso. Sabe aquela frase batida de “só dá valor quando perde”? Pois é, o Flamengo e sua torcida caíram na real e resolveram dar outra chance ao atacante. Ele correspondeu: gol no Fla-Flu, assistência contra o Inter e, melhor, atuações interessantes. Domingo é a hora de, diante da ex, conquistar de vez a nova paixão. A tática é simples: gols e vitória.


Guerrero na apresentação em 2015: esperança da chegada de um ídolo (Foto: André Durão)

Após mais de um mês de espera, no dia 7 de julho, Fred Gomes e Ivan Raupp - à época os dois setoristas de Flamengo pelo Globoesporte.com - e muitos jornalistas, incluindo uma alemã, aguardavam a chegada de Guerrero no Salão Nobre Gilberto Cardoso. O peruano foi a principal contratação da gestão Bandeira de Mello. Por mais que se tenha questionado o valor do investimento, a gestão, fiel a planilhas e balancetes, comprovou que havia espaço e dinheiro para “sair da casinha” e ousar.

Na chegada, a timidez que o marca não passou despercebida aos olhos dos jornalistas presentes ao evento. Porém um discurso firme, de fé no Flamengo e com direito ao afago que os rubro-negros gostam - tratou o clube como o de maior torcida do mundo -, eram indícios que um ídolo nasceria naquele dia.

Quando o novo camisa 9 marcou três gols em seus três primeiros jogos, com direito a gol de sola no primeiro e outros dois típicos de um autêntico centroavante, os jornalistas pensaram: "Vamos ter muito material interessante para explorar com esse cara, que será um grande personagem". Em vão... Logo após o início arrebatador, sem nenhum cartão amarelo, Guerrero enfrentou lesões e marcação forte dos rivais. Revelou-se irritadiço – característica que também tinha no Corinthians -, acumulou cartões e passou cinco jogos sem balançar a rede. Quando o fez, deu soco no ar, fez cara de choro, enfim, aparentou fragilidade emocional. Sempre que encarava um jejum, escancarava a dificuldade de lidar com fases ruins e a pressão dos torcedores.


Com a noiva no carnaval da Sapucaí: uma das raras aparições de Guerrero no Rio fora dos gramados (Foto: Divulgação)

Ainda no início de sua passagem pelo Flamengo, começamos a perseguir a primeira entrevista exclusiva com o novo astro, mas o atacante, ora por inconvenientes do calendário, ora por jejum de gols e muitos cartões, sempre a adiava.

Pensava que faríamos um material rico, explorando sua paixão por cavalos, o medo de aviões, temas já tratados nos tempos de Corinthians, e buscando informações de sua nova vida no Rio, a rápida empatia por parte dos rubro-negros, que cantavam a chegada do peruano como o fim do caô num time que era 15º colocado e tinha pontuação de Z-4 antes de sua estreia. Não conseguimos. Desde dezembro até a pré-temporada tentamos fazer a seção do Globoesporte.com "Tudo menos futebol" com ele, mas sua assessoria pessoal avisou: "Acho que não vai dar certo, ele é muito reservado, não gosta de falar da vida pessoal".

Guerrero sempre gostou do Rio de Janeiro, até mesmo antes de jogar pelo Flamengo. Em fevereiro de 2015 ele comprou um apartamento na Barra da Tijuca e curtiu o carnaval na cidade, aproveitando uma folga dada pelo Corinthians. Há alguns meses, mostrou que pretende permanecer um bom tempo no Rio ao adquirir uma mansão no mesmo bairro.

Na cidade tem poucos amigos, mas fiéis. Constantemente recebe a visita da mãe, dona Peta, principalmente nos momentos em que mostra mais fraqueza emocional. É pouco visto na rua nas horas de lazer. Fala mais alto sua timidez e a vontade de ser reservado ao extremo.


Após bom desempenho com o Peru na Copa América, Guerrero voltou renovado ao Flamengo (Foto: AFP)

Reservado, discreto e de poucas palavras. Esse é o Guerrero que conhecemos em um ano de Flamengo. É um cara educado, que nos trata bem e que também é muito solícito com torcedores. Porém, explicações não são com ele. Fontes diziam que o centroavante estava muito infeliz no Flamengo, mas jamais externou, nas raríssimas entrevistas, qualquer tipo de incômodo. Sempre disse "estar feliz". Será que está mesmo? Marrento ele não é, garantem funcionários e companheiros. Hoje é mais próximo de Rodinei e Willian Arão. No ano passado se aproximava mais de Wallace e Sheik - jogou com os quatro no Corinthians.

Desde que retornou da Copa América Centenário, Guerrero mostra um ânimo diferente, isso pelo lado positivo. Na última sexta, por exemplo, sorriu durante o treino, o que é raro. Talvez pelo bom desempenho do Peru na competição – venceu o Brasil e foi às quartas de final –, jogou mais confiante das duas partidas que disputou. Contra o Fluminense, marcou um gol. Diante do Internacional, deu o passe para o gol de Ederson e teve boas chances de fazer o seu.

Ele tem contrato até agosto de 2018, mas há sondagens de chineses. No primeiro ano ele esteve muito cabisbaixo, com reclamações e poucos gols (15 cartões amarelos e 14 gols). Apesar de ser o jogador mais caro do elenco, ainda não se consolidou como líder ou ídolo. O que esperamos desse segundo ano? Gostaríamos de entrevistá-lo e passar ao torcedor que nos lê o que pensa uma das principais referências do elenco. Um atacante experiente e goleador – um homem de R$ 41 milhões – que ainda tem o que mostrar.

818 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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