Foto: Alexandre Vidal / Flamengo.com.br
- Vocês não vão me ver fazendo isso (assistindo treino no Ninho). Papel de presidente é orientar as diversas vice-presidências, cobrar resultados dos caras, representar institucionalmente o clube.
O trecho é da entrevista do candidato à presidência do Flamengo Rodolfo Landim ao GloboEsporte.com durante a campanha. Nas primeiras duas semanas na presidência, de fato, Landim mal viu a cor do centro de treinamento do Rubro-Negro.
Foi ao local apenas no dia da reapresentação do elenco dia 3 de janeiro, quando se apresentou aos jogadores numa rápida reunião. De lá para cá, anda mais em gabinetes e vai a reuniões e almoços particulares. Não foi a apresentação alguma de jogadores ou do técnico Abel Braga.
No dia a dia, adaptou a rotina "seven eleven" - o apelido que herdou dos tempos de Petrobras em referência ao expediente das 7h às 23h. Para conciliar a presidência do Flamengo com a presidência do seu grupo Ouro Preto Oléo e Gás e a Maré Investimentos, onde é sócio-diretor, Landim costuma chegar à Gávea às 7h e fica até as 9h. Depois, retorna por volta das 19h e fica até as 22h. Em dias de reuniões, como na do Conselho Diretor nas últimas duas segundas-feiras, sai depois das 23h.
"Resgate" de relação na Ferj
Na última segunda-feira, Landim representou o Flamengo no arbitral do Carioca ao lado de Luiz Eduardo Baptista, o BAP, vice de relações externas, e do vice de marketing e comunicação Gustavo Oliveira. Apesar de já ter conversado por telefone com o presidente da Ferj, Rubens Lopes, o rubro-negro foi à entidade e conheceu pessoalmente o dirigente que se transformou em pivô de briga feia com seu antecessor na Gávea.
O discurso para os demais clubes no arbitral do Carioca foi de união. Landim usou a palavra resgate para definir a nova relação do Flamengo com os demais filiados da Ferj e com a própria entidade comandada por Rubinho - e garantiu que todos vão andar de mãos dadas pelos interesses do futebol carioca. Impressionou quem esperava ar de superioridade pela evidente disparidade econômica do clube em relação aos rivais do Rio.
- O Flamengo é muito grande. É uma força nacional que não pode ficar longe de nada que se refira ao futebol neste país, e o presidente Landim deu demonstração disso hoje durante sua presença na Federação. Renovou a esperança do crescimento do futebol do Rio e foi motivo de alegria para nós e todos os coirmãos que lá estiveram. O caminho do entendimento, do debate, é enriquecedor. E a união faz a força - disse Rubinho, por meio de sua assessoria de imprensa.
Apesar da reaproximação, ainda há ação na Justiça do Flamengo contra a Ferj para garantir o direito de explorar placas de publicidade. O clube perdeu em todas as instâncias até aqui, mas recorreu ao Superior Tribunal de Justiça no fim do ano passado.
Retornos de negociações
Anteriormente, ainda antes de se eleger, Landim se reuniu com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, com quem logo estreitou relações. Também conversou com Rogério Caboclo, presidente da CBF. Sua ideia era também ir à Conmebol, mas um compromisso o impediu de viajar para o sorteio da Libertadores - foi representado por BAP.
- Ele está seguindo o que falou na campanha. Pouca presença no Ninho (só nos momentos importantes). Quer retomar contatos institucionais, valorizando o futebol como um todo para melhorar o produto futebol brasileiro. O Flamengo tem que ser um dos grandes líderes na discussão do futebol no Brasil - destacou Gustavo Oliveira, figura atuante na campanha e que está sempre ao lado do presidente nas reuniões deste início de mandato.
Depois de nomear o comitê do futebol, com BAP, Marcos Braz e membros de três grupos políticos que o apoiaram, Landim não participou dos breves encontros da comissão criada para discutir as diretrizes do departamento de futebol. Recentemente, assinou seis cartas de representação na Ferj de funcionários e colaboradores do Flamengo - de Marcos Braz a Paulo Pelaipe e Carlos Noval.
Por enquanto, os relatos são de delegar funções, dar autonomia para quem confia dentro do clube e cobrar resultados, retornos sobre os assuntos. No futebol, Braz e Bruno Spindel tomaram as rédeas das negociações - o vice de futebol costuma pedir a Landim para conversar em particular em encontros de diretoria, para atualizar o presidente das negociações. Spindel também tem linha direta e se comunica por telefone com Landim.
Landim tem sido informado de todas ações e, em alguns casos, é convencido para que Braz e Spindel toquem o barco. Ele não se meteu na escolha do estafe do departamento de futebol, que teve algumas mudanças por iniciativa do vice de futebol.
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