Os garotos rubro-negros entraram em campo na vitória do Flamengo sobre o Vasco, mas alguns aspectos do que se viu em campo, em termos coletivos e de ideia de jogo, lembraram o que vem sendo feito por Jorge Jesus na equipe principal, com a devida diferença na execução.
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Mais do que o triunfo contra um adversário também repleto de garotos, o que pode animar a torcida é a constatação de que a equipe comandada por Mauricio Souza tenta atuar baseada nos mesmos princípios que o Mister exige: linha avançada de marcação, pressão na saída de bola e um jogo de velocidade, com trocas constantes de posição.
- (Jorge Jesus) é uma inspiração para todos nós. Acho que a base tem que trabalhar desta maneira. Nas conversas que tive com ele, me deixou bem à vontade, dando apoio. A intenção é colocar os atletas o mais próximo do que ele pensa possível - disse Mauricio, após o jogo.
De todas essas características, a que ficou mais clara foi a linha de defesa alta. Os primeiros minutos de jogo mostraram o Vasco na cara do gol diversas vezes. Em todas elas, seus atacantes estavam impedidos. Como, pelo protocolo do VAR, os auxiliares deixam a jogada ser concluída, a impressão era de que o sistema defensivo estava bagunçado. Não era bem assim.
A linha de impedimento rubro-negra funcionou o jogo inteiro. O Vasco empilhou impedimentos. Mais do que isso, a defesa do Flamengo forçava, muitas vezes, lançamentos a esmo, que Gabriel Batista, como um líbero, cortava com tranquilidade.
- É uma tendência da nossa equipe. É a maneira como a gente quer jogar, para evitar a circulação de posse do adversário. Contra o Macaé, não jogamos tão alto porque o Macaé não ofereceu esse jogo. O Vasco colocou Tiago Reis e Ribamar por dentro - explicou Mauricio.
No início, porém, faltou mais pressão dos atacantes. Esta é outra característica do Flamengo de Jesus, mas que os garotos não souberam executar tão bem. Muitas vezes, eles davam espaço para o rival avançar e fazer os lançamentos. Este é um risco grande para quem joga com a defesa tão alta. Após a parada técnica do primeiro tempo, Mauricio corrigiu o problema, e a situação ficou mais controlável.
O terceiro aspecto foi ofensivo. O Flamengo começou sem articulação no ataque e entregava rapidamente a bola ao Vasco. Aos poucos, se ajustou. Após o gol, ficou mais confortável para jogar em velocidade e teve boas chances de contra-atacar.
Especialmente no segundo tempo, o Flamengo teve muito espaço. Yuri César e Lucas Silva trocavam constantemente de posição e chegavam com facilidade à área. Faltou, porém, mais ímpeto e melhores tomadas de decisão para aumentar o placar.
A vitória foi magra, mas a indicação de que os garotos começam a se adaptar ao estilo de Jesus pode render frutos ao Flamengo ao longo do ano, conforme o processo avançar. Obviamente, os meninos ainda têm um longo caminho a percorrer, mas a preocupação em aproximar os modelos de jogo pode auxiliar na adaptação ao time principal.
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