Recordista de jogos pelo Flamengo na década, William Arão mira Título do Brasileirão

5/1/2021 09:24

Recordista de jogos pelo Flamengo na década, William Arão mira Título do Brasileirão

Em entrevista, volante comenta relação com clube e com a torcida, vê o time muito forte na luta pelo título e recorda seus 24 Fla-Flus em seis anos vestindo rubro-negro

Recordista de jogos pelo Flamengo na década, William Arão mira Título do Brasileirão
Ninguém jogou mais pelo Flamengo na última década do que William Arão. Foram 278 vezes que o volante entrou em campo, e ele inicia 2021 com a ambição de escrever ainda mais capítulos em sua história rubro-negra. A começar pelo título do Brasileiro que ainda está em disputa.



Nas cinco temporadas que disputou, o volante viveu de tudo um pouco, inclusive críticas da torcida, até chegar a 2019, quando, sob o comando de Jorge Jesus, se reinventou e conquistou espaço e admiração em um time estrelado.

- É um sonho diário o que eu vivo. Na minha vida as coisas nunca foram fáceis. Sempre tive que tentar mais, escutar mais... para poder ter, alcançar. Todos esses anos no Flamengo, desde o primeiro dia, me disseram que era diferente, que teria altos e baixos e que precisaria ter um mental forte - disse.

O próximo adversário na luta pelo título brasileiro é bem conhecido de Arão. Nestes 278 jogos pelo Flamengo, 24 foram contra o Fluminense. E ele tem números impressionantes, que pretende melhorar ainda mais: 13 vitórias, nove empates e apenas duas derrotas.

Em entrevista ao ge, que vai ao ar nesta terça, Arão comentou bastante sobre sua relação com o Flamengo, se acha que pode encerrar a carreira no clube, sobre achar que o time está no caminho de repetir o estilo de 2019 e também sobre a fama de "chato": "Não admito que ninguém faça menos do que tem que ser feito".

Confira:
ge: O ano de 2019 terminou com euforia, e o início de 2020 também com mais títulos. Agora o momento é diferente, mas o Flamengo ainda luta pelo título Brasileiro. Como está a cabeça do time?

William Arão: É continuar trabalhando, dando nosso melhor. Isso que está no nosso alcance. Dar 100% a cada treino para melhorar, evoluir. Mesmo ganhando tudo, tínhamos coisas a melhorar. É praticamente impossível ganhar tudo todos os anos, mas buscamos sempre. Fazendo nosso máximo todos os dias, estamos mais perto. Saímos das outras competições, mas ainda resta uma e temos claras chances de buscar o título.

O ano começa com um Fla-Flu. O adversário te dá boas lembranças, certo?

Tenho boas lembranças. Normalmente faço bons jogos, já fiz vários gols. Ano passado ganhamos o Carioca em cima deles. São boas lembranças, mas não significa nada. Eles também tiveram tempo para se ajustar. Acredito que vai ser mais um jogo difícil e vamos fazer de tudo para sair com a vitória.

Lembra quantos foram os gols contra o Fluminense? Resposta: 4

Sul-Americana... teve um em Cariacica, outro no Engenhão... Acho que foram uns quatro, se não estou esquecendo de nenhum. Acho que teve um no Maracanã também.

O mais marcante foi o da Sul-Americana?

Sem dúvida. Por tudo o que envolvia, por estar no finalzinho e conseguimos a classificação. Foi o mais importante.

Faz ideia de quantos dos seus 278 jogos pelo Flamengo foram Fla-Flus? Resposta: 24

Não... mas são cinco anos, e, colocando uma média de seis por temporada, seriam mais ou menos 30.

Sabe quantas derrotas nos 24 jogos? Resposta: 2.

Olha... acho que pouquíssimas. Não estou lembrado de ter perdido para eles. É uma marca importante, acho que é um time que encaixa no nosso estilo. A maioria só vem para se defender, e eles atacam e às vezes nos dão espaços. Casa o jogo. Trabalhamos em cima disso e esperamos mais uma vitória.

Nestas 278 partidas até agora, você já viveu todo tipo de emoção, teve dez técnicos (sem contar os interinos) e, tirando períodos curtos, foi sempre titular. Qual o segredo da regularidade e para agradar aos treinadores?

A regularidade é se cuidar fora do campo. Eu tive recentemente a primeira lesão da minha carreira, depois oito, dez anos de profissional. É se alimentar, se cuidar, descansar, e depois fazer o que o treinador pede dentro do sistema dele. Se adaptar o mais rápido possível. O que me pede, eu faço. Algumas coisas são determinantes. Depois, coloco meu estilo de jogo.


A relação com a torcida do Flamengo foi de altos e baixos durante sua trajetória no clube. Olhando para o passado recente, como é para você chegar a esta quantidade de jogos e passando também por isso de um dia ser amado e no outro odiado?

Para mim é uma honra defender o Flamengo 278 vezes. Quando eu era criança, queria vestir a camisa de um clube grande, fazer história e jogar em um dos maiores templos do futebol. É um sonho diário o que eu vivo. Mas é a resiliência. Na minha vida as coisas nunca foram fáceis. Sempre tive que tentar mais, escutar mais... para poder ter, alcançar. Todos esses anos no Flamengo, desde o primeiro dia, me disseram que era diferente, que teria altos e baixos e que precisaria ter um mental forte.

Se eu jogasse bem nos 278 jogos, eu seria um mito (risos). Mas sou ser humano. Com as trocas de sistema, de técnico, é normal jogar pior ou não. Mas se dá o melhor e se dedica, uma hora as coisas acontecem. Sei da minha qualidade e sabia que meu papel seria reconhecido.

No ano passado houve uma mudança de posicionamento com o Jorge Jesus. Acredita que ter virado um primeiro volante te mudou de patamar também?


Acredito que sim, que posso ter dado um salto grande na minha carreira. Ele me viu dessa forma. O time inteiro evoluiu. Alcançamos um nível altíssimo, que é o que temos buscando. Ele foi a principal peça, o principal motivo. Depois me aprimorei com vídeos, analisando outros jogadores.

Você entra no seu sexto ano no Flamengo e é conhecido internamente por cobrar bastante dos companheiros. Como você vê seu papel no elenco atualmente?

São duas coisas. Primeiro, a cobrança tem que existir. Estamos aqui para vencer e eu quero vencer. Não admito que ninguém faça menos do que tem que ser feito. Quero vencer. No Flamengo isso não existe. Sou cobrado também. Nem sempre estamos bem. É sempre com respeito, sem jogar ninguém contra torcida.

Depois tem o papel de atitude. Se eu estou vendo o Diego, que tem 34, 35 anos, correndo, dando carrinho, eu com 28 não posso fazer menos do que ele. É um exemplo para mim. E eu tento ser exemplo também. Dou a vida porque quero vencer. Já passei por muitas coisas no clube, e às vezes tem que chegar, dizer que não pode ficar eufórico, porque o futebol dá voltas.

Esse ano houve uma mudança de metodologia grande com a troca de treinadores. Isso influencia muito?

Influencia muito. Mas pela primeira vez desde que estou no Flamengo houve uma mudança com o técnico saindo ganhando, né (risos). Tínhamos uma maneira vencedora, e chegou um treinador e mudou. É preciso um tempo de adaptação, e não tínhamos esse tempo. Entramos em um automático que não é bom. Agora, no meu modo de ver, estamos retomando a maneira de jogar de 2019. Claro que com diferenças, porque são movimentos diferentes. As vitórias estão vindo e estamos perto do título. Eu acredito.

Quando você chegou ao Flamengo na temporada 2016 imagino que chegaria a 2021 no clube, e como titular?


Meu plano de carreira sempre foi de ter longevidade. Claro que nem sempre é possível, porque muitas coisas influenciam. Se eu falar que imaginava depois de seis anos ser ainda o titular do Flamengo, não. Mas minha cabeça nunca foi sair. Aprendi a amar o clube. Estou muito feliz. Meus filhos nasceram comigo jogando aqui.

Agora se me perguntar: William, você quer terminar a carreira aqui? Difícil dizer, não depende só do William. Mas quero ficar o máximo de tempo possível, e em alto nível, porque é o que o Flamengo pede.

Quando escutamos dentro do clube que o William Arão é o jogador mais coletivo do elenco, o que isso quer dizer?

Que eu coloco as necessidades do time acima das minhas. Que eu priorizo o time. Se eu tiver que marcar, fazer um bloqueio para um companheiro fazer o gol... se eu tiver que não aparecer para o time vencer, não tem problema. Quero é vencer. Quero fazer meu papel bem feito.



Às vezes faço bons jogos e a imprensa não observa isso. Mas tudo bem para mim. O time venceu, tá tudo bem. Meus companheiros sabem da importância. Quero é dar sustentação e dar bola para os jogadores de frente.

Flamengo, Arão, Brasileirão

635 visitas - Fonte: Globo Esporte


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