Confira vitórias e metas de Rodrigo Caio no Flamengo

4/6/2022 13:20

Confira vitórias e metas de Rodrigo Caio no Flamengo

Confira vitórias e metas de Rodrigo Caio no Flamengo
Rodrigo Caio volta a sorrir. Por ele e pelas vitórias de Nadal — Foto: GloboEsporte

A longa entrevista para passar a limpo o sacrificante e vitorioso processo de recuperação do joelho foi interrompida algumas vezes por uma idolatria nascida da identificação: Rodrigo Caio queria saber quanto estava a partida entre Rafael Nadal e Alexander Zverev, pela semifinal do torneio de tênis de Roland Garros.



Acompanhar e torcer pelos feitos do espanhol vai além da paixão pelo tênis. O zagueiro do Flamengo se inspira a cada conquista daquele que tem traços similares ao seu na trajetória. Nadal e Rodrigo se acostumaram a travar uma luta diária para vencer o próprio corpo, pela saúde. E por mais que o tenista provavelmente sequer saiba da história do fã, trata-se de uma conexão que faz a diferença a cada recuperação do “sobrevivente rubro-negro”:


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- Me vejo muito na história dele, que é um cara resiliente. Teve muitas lesões sérias, convive com uma lesão crônica no pé e está aí competindo em alto nível. Sempre dando o máximo.

"Para mim, é o maior esportista de todos os tempos no sentido de persistência, luta contra a cabeça, contra o físico e isso é algo a se admirar"
Ao término da entrevista, a notícia do fim do jogo por conta de uma lesão grave de Zverev. Impossível que Rodrigo Caio não se colocasse no lugar. E a torcida deu lugar a empatia:

- Nem dá para comemorar. Deixa para final e que ele se recupere logo.

Reação de quem entendeu desde cedo que jogar e sofrer são verbos complementares. A lesão que quase abreviou a carreira aos 15 anos ainda na base do São Paulo hoje é fruto de piadas com o joelho que “é feio, mas é meu”, diz o zagueiro. O que não foi brincadeira foi o processo agravado de recuperação de artroscopia realizada no início de dezembro.

A infecção que causou medo no último dia de 2021, véspera de Réveillon, veio acompanhada de um início de ano angustiante. Com três intervenções no joelho, oito quilos a menos, uma bateria de antibióticos e muitas dores, Rodrigo Caio não temeu somente pela carreira:

- Pela carreira, claro que você fica em dúvida e pensa: "Como que meu joelho vai reagir?". Mas você fica mais tranquilo. Em relação a minha vida, eu fiquei mais preocupado. Eu não conseguia levantar de cama. Eu vinha para o CT e sentia meu corpo quente. Fazia um pouco de exercício e parecia sair fumaça, orelhas quentes. Pensava: "Caramba, será que meu corpo não vai reagir para combater essa coisa ruim por causa dos antibióticos?".

"Pensava se não ia ter mais energia para focar totalmente no meu joelho, na massa muscular, em ganhar peso. Não tinha fome, não tinha nada. Era essa a preocupação, o joelho ficava em segundo plano. Primeiro é sua vida. Depois, meu corpo começou a reagir"

As dúvidas, no entanto, mais uma vez deram lugar a uma volta por cima em alto nível. Padrão Rafael Nadal. O zagueiro não somente voltou a jogar como tomou conta da posição e não viu mais o time perder. Desde o retorno, são cinco vitórias e um empate de um Flamengo que, assim como Rodrigo, busca contrariar prognósticos pessimistas e emplacar a quinta vitória consecutiva neste domingo, diante do Fortaleza:

- O Brasileirão, por ser tão difícil, tem uma história diferente em cada jogo. Por mais que o Fortaleza tenha dois pontos, precisamos encontrar soluções dentro da partida. Tivemos jogos difíceis contra eles. É um time muito físico. O Mister preparou bem a semana, já exigindo essa questão da intensidade como o Fortaleza joga, com linha de três atrás, dois jogadores enfiados... Temos que ter atenção para um grande jogo e seguir com a sequência de vitórias.

Em bate-papo de 40 minutos na sala de imprensa Victorino Chermont, no Ninho do Urubu, Rodrigo Caio se abriu sobre angústias, medos, e comemorou vitórias. Suas e, claro, as de Rafael Nadal de 2013 para cá, quando começou a “parceria”. Confira a íntegra:

Rafael Nadal, o ídolo
- É uma admiração de um bom tempo. Comecei a me apaixonar pelo tênis em meados de 2013, quando comecei a entender mais, a praticar em alguns momentos, e minha admiração pelo Rafael Nadal os jogadores até brincam. Tem quem torça pelo Djoko, pelo Federer, pelo Zverev, e eu sou Nadal até o fim. Comemoro e vibro! Em 2013, despertou um pouco mais minha admiração porque ele teve uma lesão séria no joelho, ficou sete meses parado e quando voltou ganhou todos os torneios. Isso me motivou ainda mais a acompanhá-lo e a entender esse processo. Desde então, sou Rafael Nadal na veia e estou sempre torcendo, assistindo e comemorando. Me vejo muito na história dele, que é um cara resiliente. Teve muitas lesões séries, convive com uma lesão crônica no pé e está aí competindo em alto nível. Sempre dando o máximo. Para mim, é o maior esportista de todos os tempos no sentido de persistência, luta contra a cabeça, contra o físico e isso é algo a se admirar.

Dificuldades na recuperação
- Depois que meu corpo começou a reagir, comecei a me sentir melhor, foquei no joelho e vinha uma dor aqui, uma sensação do joelho travado, muito tempo parado, dor para dobrar... É um processo que eu já tinha passado lá com 15 anos, depois quando operei o cruzado, e já estava mais acostumado. É um processo de resiliência, dia a dia você acreditar, tirar forças de dentro, voltar ao CT, conviver com a rapaziada. O Mister foi importante sempre me dando um abraço, uma palavra. Foi ao hospital me visitar, assim como o Marcos, o Bruno, os jogadores... Tudo isso foi trazendo o Rodrigo de volta e mostrava que a lesão não ia parar. Foram processos mentais para tirar forças de dentro e dar a volta por cima.

Convivência com filho e família
- Foi a pior fase da minha vida. Mesmo antes, quando eu estava no processo com muitas dores em 2021, eu lembro que chegava em casa e não conseguia ficar de pé. Não conseguia pegar meu filho. Eu falava com minha esposa: "Não dá". Só conseguia fazer tratamento 24 horas para no outro dia descansar e jogar. Aí veio esse processo da cirurgia, quando fiquei de cama, com cateter no bíceps para tomar antibiótico na veia, não podia pegar ele no colo. Era mais brincadeira no chão, mas criança quer o colo, o abraço. Estava com o joelho inchado ainda, sem força. Foi um longo processo, de muita resiliência mesmo, de confiar que vai dar tudo certo.


Rodrigo Caio em família: suporte nos momentos difíceis — Foto: Reprodução

Minha esposa foi fundamental, segurou a bronca sozinha. Minha mãe também esteve presente, meu pai, meu irmão... Sempre falavam: "Calma, estamos aqui. Vai fazer isso por você, foca na recuperação, que estamos com o Bernardo". Foi assim, pouco a pouco, ganhando peso, energia, processo por processo. Sempre confiando na fisioterapia e nos médicos. Com calma, sem acelerar nada, sem se importar com o que falavam e decidimos que só íamos passar por aquilo com o Rodrigo Caio bem e saudável novamente, independentemente do tempo. Foi longo o caminho, mas valeu muito a pena. Você olha para trás, vê tudo que passou e é mais uma batalha vencida. Temos que seguir! Valorizo porque isso me fortalece.

Críticas ao departamento médico
- O departamento médico foi fantástico por tudo que fizeram por mim em todos os momentos. O Márcio (Tannure) foi ao hospital em todos os 11 dias em que fiquei internado. Sempre conversava, brincava, me dava vida, alegria! Ele é um cara gente boa para caramba, super alto astral. Fez um trabalho junto com o Márcio Puglia, fisioterapeuta chefe. Falo de todos: Lanyan, Fábio, Alan, Mário, Yuri, o Ramon... São caras fundamentais em todo processo. Fizeram um grande trabalho, tiveram paciência e trabalham demais. Muitas vezes não recebem a recompensa de fora, mas aqui dentro sabemos do que fazem e confiamos. Isso é o mais importante. Os médicos Marcelo e Bassan. Tenho uma gratidão eterna! Os caras estão sempre aqui dando o máximo por você, com alegria.


Me ajudaram no processo na questão física e também humana. Sempre com uma palavra de apoio que ia dar tudo certo, que o caminho era esse, mostrando a evolução... São palavras que dão vida e vontade de superar. O que posso falar para o DM do Flamengo é gratidão por tudo que fizeram. Foi um trabalho fantástico.

Desafio mental na recuperação
- Acho que maior (do que o físico). Temos que nos preparar muito mentalmente, porque é sempre um baque muito grande. Tive algumas lesões sérias na minha carreira, mas por tudo que aconteceu essa foi diferente. A infecção foi algo que me abalou muito naquele momento, ter que ficar internado. Naquele momento, a briga é você contra você mesmo. Por mais que você tenha a família ao lado, a briga foi grande com o meu corpo para que eu pudesse me recuperar. Foi um fortalecimento muito grande, muitas orações, quando eu mais me fortaleci nas partes mental, emocional e espiritual.

Me apaguei de uma forma forte com Deus, que era o que eu tinha. Tive um apoio incondicional da minha família, de pessoas que me amam e estiveram ao meu lado não só na alegria, mas principalmente nos momentos difíceis. Minha esposa, minha mãe, meu pai, meu irmão, meu filho pequenino que me alegrava, além do apoio de Deus. Sou muito grato por sair daquela internação, voltar ao CT, fazer minha reabilitação. Por mais difícil que tenha sido, foi um processo de muita alegria, dedicação e esforço para voltar a fazer o que mais amo depois de 156 dias.

Perto dos 100% fisicamente?
- Sou uma pessoa que se cobra muito. A partir do momento que isso aconteceu, de alguma forma mudei a chave. Primeiro, para respeitar meu corpo. Em alguns momentos, coloquei minha vontade de estar dentro de campo, defender os companheiros e o Flamengo, acima do meu físico. E paguei o preço. Hoje, entendo perfeitamente que não devo fazer isso. É difícil, porque a vontade, a adrenalina de estar em campo é muito grande. Mas em algum momento é preciso confrontá-la e falar: "Não! Pense no seu corpo". Estou vivendo o processo com calma. Sempre fui um cara que treinou muito forte, mas agora preciso entender que é pouco a pouco. Treino o suficiente para estar bem no jogo, para que meu corpo e meu joelho caminhem juntos e eu chegue ao ideal o mais breve possível.


Respeito cada prazo, cada processo, e converso muito com o Mister. Em alguns momentos, preciso tirar o pé no treino para estar bem no jogo e ganhar confiança, adquirir a forma adequada para ficar 100% fisicamente, tecnicamente e taticamente. Isso vai acontecer com a sequência de jogos e a confiança.

Apoio de psicólogos?
- Naquele longo processo, não. Mas é algo que eu deveria ter feito. Quando passou tudo isso, fui procurar para me fortalecer cada vez mais e me preparar para os desafios que virão. Em nossa carreira e nossa profissão de alto rendimento, tudo pode acontecer. Por mais que nos preparemos, estamos sujeitos a novas lesões. Por isso, é preciso estar o máximo preparado possível e tenho preparado muito a minha cabeça para respeitar os limites. Tenho isso dentro de mim. Me sinto um sobrevivente por tudo que passei e pelo que envolve minha história de atleta desde a minha infância. Preciso me controlar e ter ajuda para entender que isso é o certo. Fui em busca disso para trilhar um caminho com tranquilidade e não desviar o foco em alguns momentos. Dentro de nós, o desejo é jogar sempre, mas é preciso ter sangue frio em alguns momentos.

Seleção brasileira

- É um sonho. Sempre deixei isso bem claro. Em 2018, escapou. Tive uma lesão duas semanas antes da Copa, que me tirou a oportunidade de continuar disputando com o Geromel. Na última convocação antes da Rússia, foram cinco zagueiros e fomos nós dois. Tinha muita esperança, estava em um grande momento e essa lesão afetou. Agora, infelizmente também aconteceu a lesão, mas respeitando todos os outros zagueiros acredito que tenho chances. O Tite deixou bem claro que ainda não fechou a lista, e está certo pela qualidade dos jogadores brasileiros. Espero dar sequência ao meu trabalho em alto nível que a oportunidade vai aparecer. A esperança é a última que morre e quero lutar até o fim. Quero fazer um grande trabalho no Flamengo. Se o time estiver em um grande momento, a possibilidade aumenta ainda mais e que eu esteja o quanto antes próximo do meu nível.


Joelho feio
- É uma brincadeira muito sadia. Levo isso bem tranquilo. Convivo com isso desde meus 15 anos de idade, quando tive uma lesão muito séria na patela e tive que reconstruí-la. Essa brincadeira desde então é muito forte. Aqui mesmo, brincávamos muito com o Renê, que a testa dele parece com a minha patela. Ele me chama de Patelinha. Até teve uma foto que viralizou no período de recuperação, onde eu tinha perdido oito quilos e minha perna estava mais fina do que já é. As pessoas falavam que eu não ia voltar a jogar, mas meu joelho é assim. Claro que estava mais inchado, a perna mais fina, mas estou bem, joelho bem, saudável novamente, algo que não sentia nos últimos tempos. Vinha sofrendo com dores e jogando no limite, só eu, família e companheiros sabíamos do sofrimento. Mas fui até o fim para ajudar na final da Libertadores. Espero agora que o joelho aguente mais uns grandes aninhos para dar sequência na minha carreira. Trato ele com muito amor. Joelhinho, segura a onda e vamos firmes porque temos muita coisa pela frente.



Sequência de vitórias
- É muito trabalho. Não só meu, mas de toda equipe. Estou muito feliz de poder fazer parte deste processo depois de um longo tempo parado. Voltar, jogar bem, ajudar a equipe na parte defensiva, onde precisamos estar muito fortes. Sabemos das dificuldades que nosso time impõe na frente. Se formos sólidos lá atrás, nosso ataque vai fazer o gol e vamos sair com as vitórias.

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