Demétrius conversa com o armador Paulinho no treino de sexta-feira na Arena Carioca 2 (Foto: Reprodução/Instagram)


Se na história do NBB o mando de quadra sempre foi uma vantagem e tanto para os donos da casa, nas finais da oitava edição da competição isso não tem feito a menor diferença. Enquanto o Flamengo foi dominante no último período da primeira partida da decisão e arrancou uma vitória, em Marília, no segundo confronto, quinta-feira, no Rio de Janeiro, Bauru deu o troco, anotou incríveis 38 nos 10 minutos finais e calou a Arena Carioca 2, impondo ao Rubro-Negro sua primeira derrota em casa em finais. Além da qualidade dos adversários e do equilíbrio natural que envolve qualquer final, a explicação para ilustrar a ousadia dos visitantes parece óbvia: nem Flamengo nem Bauru podem usar seus alçapões.

Como a capacidade dos ginásios do Tijuca e do Panela de Pressão é inferior à mínima permitida, de 5 mil torcedores, só resta aos rivais apostarem na eficiência para vencer o terceiro jogo da série melhor de cinco, neste sábado, às 14h10, novamente na Arena Carioca 2, e ficar a uma vitória do título. O duelo terá transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em tempo real do GloboEsporte.com.
- Acho que as duas equipes sentiram isso, nós lá em Marília e eles aqui. Tanto Bauru como Flamengo não jogaram em suas casas, com a pressão de suas torcidas, é diferente. Mas isso são coisas exteriores que não podemos nos apegar. Muito pelo contrário, temos que encarar como um desafio a mais. Mas é claro que é um fator positivo nós jogarmos aqui em vez de no Tijuca, lá a pressão seria muito maior. Mas não é isso que vai nos fazer ganhar ou perder, isso é apenas um fator que podemos tirar proveito - analisou o técnico do Bauru, Demétrius Ferraciú.

Embora a pressão na Arena Carioca 2 não seja a mesma do caldeirão em que se transformou o Tijuca, José Neto elogiou a participação do torcedor rubro-negro na quinta-feira, que, mesmo após a derrota por 85 a 80, apoiou os jogadores na saída da quadra.


- Acho que é muito em função do que nós apresentamos em quadra. É uma troca daquilo que fazemos e o que eles retornam para o time. Por isso que sempre repito para os jogadores que nós temos que dar um pouco quando não estamos bem para retribuir tudo aquilo que eles dão para o grupo. Isso motiva demais nossa equipe. Tenho certeza que no sábado eles estarão ao nosso lado novamente - prevê o comandante rubro-negro.

Ao lado de Falcão, Neto procurou corrigir no treino de sexta os erros cometidos no jogo 2 (Foto: Reprodução/Instagram)


Mas para colocar a bola dentro da cesta não basta somente a força dos torcedores. É preciso também que dentro de quadra as coisas funcionem. Depois de criticar o baixo aproveitamento de sua equipe na quinta-feira, José Neto aproveitou o treino de sexta-feira para tentar descobrir as razões que levaram os rubro-negros a cometerem tantos erros. Apesar de reconhecer os méritos do adversário, o treinador do Flamengo não conseguiu lembrar de uma atuação que a equipe tenha apresentado números tão ruins.

- É hora de ver quais foram as cartas dada no jogo de quinta e estudar bem essas cartas para nos prepararmos para a partida de sábado. Vamos ver de que forma não tivemos um bom aproveitamento e quais foram as situações que nos fizeram errar. Nas finalizações, já que tivemos um bom volume de jogo, e na eficiência muita alta da equipe de Bauru e muito baixa nossa. Não lembro de termos uma eficiência de apenas 69 ao longo do campeonato. Temos que analisar o que nos levou a ter um rendimento tão baixo e o que eles fizeram para nos forçar a isso - afirmou Neto.

Demétrius também não gostou de tudo que viu. Apesar de elogiar o ótimo aproveitamento da equipe no quarto período e da consistência defensiva que apresentada durante quase toda a partida, o técnico de Bauru reconhece que ainda existem alguns ajustes a serem feitos. Principalmente em situações que possam decidir um jogo.

- Nós entramos mais confiantes do que pressionados, acho que isso foi um mérito muito grande da nossa equipe. Nós vimos que mesmo perdendo o primeiro jogo, tínhamos muito o que evoluir e muito para crescer. Acho que isso deu uma confiança enorme e serviu como motivação para acreditarmos. Defendemos muito bem o Flamengo, soubemos explorar as deficiências deles e fizemos com que eles pontuassem menos, principalmente até o terceiro quarto. Tivemos boas decisões, soubemos explorar situações que foram treinadas e tudo isso fez que tivéssemos o controle do jogo. Mas precisamos melhorar bastante nossa porcentagem nos lances livres. Erramos demais na quinta e num jogo que esteja mais equilibrado nos minutos finais isso pode ser fatal como foi em Marília. Tivemos um volume de jogo maior para poder atacar, o que nossa equipe gosta de fazer nessa transição ofensiva, mas também pecamos nos rebotes defensivos - alertou o treinador do time paulista.

Apesar da presença do torcedor do Fla, a pressão na Arena Carioca 2 não é a mesma do Tijuca (Foto: André Durão)